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quinta-feira, 9 de julho de 2015

O caso Maria Cintra


Antes do Sol nascer em uma madrugada de agosto de 1968, Maria Cintra, 40 anos, uma enfermeira mulata e muito religiosa do hospital Clemente Ferreira, de Lins, encontrava-se em sua cama rezando o terço quando escutou o que lhe pareceu um carro estacionar no pátio. 
Olhando pela janela, diz Ter visto uma mulher parada em frente ao porão do hospital, ocasião em que gritou lá de cima: "Já vou". Ao descer a escada, tentou apressar-se, imaginando tratar-se de um caso de urgência. 


Conforme descreveu mais tarde para o médico Max Berezovski e para o então Major Zani, que, não oficialmente acompanhava o caso a pedido do Brigadeiro José Vaz da Silva, Comandante da 4.ª Zona Aérea, Maria Cintra abriu o portão e deparou-se com a mulher a mostrar-lhe "uma garrafa muito bela". 
Visivelmente pedindo água ("mas não me falou nada"), a mulher foi assim descrita pela enfermeira: da mesma altura que ela, rosto fino, cabelos cobertos, sapatos pontiagudos e "usando um uniforme de aviador" (roupa colante). 
Entretanto, no hospital, acompanhou Maria Cintra até o bebedouro, que encheu a garrafa e bebeu de um outro caneco que trazia. A uma observação da enfermeira - "a água daqui é muito boa" - tentou repetir a frase, mas o fazendo com um tom de voz muito gutural. 


Já um pouco aterrorizada pelo procedimento da mulher, Maria Cintra contou depois que tornou a acompanhá-la até o portão, mas que ela em vez de se dirigir para o estacionamento, caminhou em direção "a um chapéu lá no gramado, a um metro do solo". 
"Gritei e molhei -me toda", confessaria mais tarde enquanto observava um braço puxar a mulher para dentro do chapéu" e desaparecer. 


Aos gritos da enfermeira se juntaram os de um paciente já acordado. 
As investigações no local provaram duas coisas: as impressões dos pés, pontiagudos, da mulher e a grama, alterada, onde estivera o estranho objeto. 

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