Neurocientistas desenvolveram uma nova técnica chamada “sonogenética”, a partir da qual ultrassom é utilizado para estimular os neurônios. O objetivo é adaptar a descoberta, anunciada na última terça-feira (15/9) na publicação científica Nature, para ratos e outros animais maiores.
A técnica funciona por conta de proteínas canalizadas e adicionadas aos neurônios por meio de engenharia genética. Os canais se abrem quando recebem ondas ultrassônicas, permitindo a entrada delas.
Os primeiros experimentos foram realizados com um verme da espécie Caenorhabditis elegans, que possui 302 neurônios. Os pesquisadores divulgaram um vídeo da experiência. Em um primeiro momento, o verme está indo em uma direção, ao ser estimulado pelas ondas ultrassônicas, a criatura muda de direção.
Os vermes foram colocados em pequenas bolhas de gás que ajudaram a elevar o poder das ondas de som de baixa frequência. “As oscilações se propagam para dentro do verme”, explica Stuart Ibsen, condutor da pesquisa, à BBC.
Bolhas desse tipo já são utilizadas em alguns ultrassons médicos para melhorar o contraste das imagens. Elas podem ser injetadas na corrente sanguínea, o que faz os neurocientistas acreditarem que esse processo pode chegar a funcionar em humanos, um dos principais objetivos da equipe.
O próximo passo dos pesquisadores será experimentar a técnica em ratos e, possivelmente, animais maiores. “Essa pode ser uma grande vantagem para quem quiser estimular uma região profunda do cérebro”, disse Ibsen.
O pesquisador Dr. Sreekanth Chalasani, do Instituto Salk, dos Estados Unidos, afirmou ao jornal The Guardian que a nova técnica pode chegar a substituir alguns procedimentos neurológicos, como os realizados em casos como o de pacientes que sofrem os sintomas da doença de Parkinson.
*Com supervisão de André Jorge de Oliveira
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