“Eu sou Poimandres, o Noús da Soberania absoluta. Eu sei o que queres e estou contigo em todo lugar. Sou eu, Noús, teu Deus, aquele que existe antes da natureza. Conheça o que quero dizer através do que em ti vê e ouve (o teu íntimo), é o Verbo do Senhor e, teu Noús é o Deus Pai. Não são separados um do outro, pois esta união é que é a vida”.
Corpus Hermeticum – é um conjunto de textos também chamado de Hermetica escrito entre 100 e 300 d.C., no Egito, resultante de múltiplas influências. Foi escrito no período da Pax Romana, que colocou o Egito em contato com o restante do antigo Império Romano. Escrito na primeira pessoa por Thoth ou Hermes Trismegistus, conta as coisas que para ele foram reveledas por Noús uma espécie de deidade absoluta também conhecida como Poimandres, responsável pela mente e pela luz da alma da humanidade.
Neste conjunto de textos esta deidade é também citada na forma de Dragão – O Dragão da Sabedoria, no livro alquimico “A Tábua de Esmeralda”, assim denominado por ter sido gravado em uma pedra verde, já que os mais antigos atribuíam à cor verde as artes mágicas.
Em algumas partes destes diálogos as ofensas mais graves a Deus é o homem concentrar sua vida em coisas materiais e a outra é ele não ter “filho”, mas neste contexto “filho” não significa apenas não ter descendente, também não desenvolver a sua capacidade de Co-criador (não manipular energias multivibracionais) em sintonia com “Deus Pai” – o creador de todas as coisas. O bem supremo é o “Poder Creador” da Mente Vivente Infinita.
Imagem de Hermes Trismegistus associado também (na cultura pré-celta)
ao mago Merlin.
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Este texto foi composto com o auxilio de algumas informações do texto “Corpus Hermeticum”. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Verbo de Deus lançou-se fora dos elementos postados embaixo, para esta pura região da natureza que acabava de ser criada e se uniu ao Noús demiurgo que era de mesma substância (grande artífice, o criador do mundo inferior ou material, possuindo sabedoria limitada e imperfeita). E, por esta razão, os elementos inferiores da natureza foram entregues a si próprios desprovidos de razão, de forma a nada mais ser que simples matéria.
O ar produziu os voláteis e a água, os nadadores. A água e a terra foram separadas uma da outra segundo a vontade do Noús, e a terra fez sair de seu próprio seio os animais que em si mesma retinha – quadrúpedes, répteis, bestas selvagens e domésticas. O ser humano é o único que é duplo, mortal pelo seu corpo e imortal pelo ser humano essencial (possuir essência/espírito). Ainda que seja imortal e, com efeito, tenha poder sobre todas as coisas, sofre a condição dos mortais, submetido como é ao Destino. Assim que se colocou sob a armadura das esferas (dimensões mais densas) tornou-se escravo nas mesmas, como macho e fêmea.
Luz e vida, eis o que é o Deus e Pai de quem nasceu o Homem. Aprendas então a conhecer-te como sendo feito de luz e vida, porque desses elementos que te constituem que retornarás à Vida.
Deus é para os seres humanos o primeiro objeto do pensamento, ainda que ele não seja objeto de pensamento para si mesmo, pois o objeto de pensamento cai sob os sentidos daquele que o pensa. Portanto, Deus não é objeto de pensamento para si mesmo: pois não é uma coisa diferente do pensado, de sorte que ele pensa a si mesmo.
O lugar é objeto de pensamento, não o é enquanto Deus, mas enquanto lugar. E mesmo se for tomado como Deus, não é enquanto lugar, mas enquanto energia capaz de conter todas as coisas. Todo móvel é movido não em qualquer coisa que se move, mas em qualquer coisa em repouso: o motor também está em repouso, pois não pode ser movido com aquilo que move.
A carga extrema da alma quando sozinha deve carregar dois corpos. Desta forma os objetos são movidos dentro de qualquer coisa e por qualquer coisa, é evidente.
Um ser não poderá ser alguém, se não estiver repleto de realidade: ora o que é real nunca poderá tornar-se vazio.
O movimento do mundo (o perceptível pelos sentidos), bem como de todo vivente material deve provir não de causas exteriores ao corpo, mas interiores operando de dentro para fora, quer seja dos inteligíveis, quer seja a alma ou o sopro (espírito, em grego pneuma pnei e em latim spiritus spirat) ou qualquer outro incorpóreo.
Deus não é intelecto (Razão, Lógos), entretanto é a causa de sua existência (o intelecto advém dele, mas sem ser tirado de sua substancialidade). Também não é sopro, mas é a causa da existência do sopro e ainda, ele não é luz, mas é a causa da existência da luz. Nenhum dos outros seres chamados deuses (ultimamente associados aos extraterrestres), nem os humanos e nem os “daimons” (seres imateriais, gênios ou anjos) podem em qualquer grau que seja ser bons, salvo Deus somente. Ele apenas é isto e nenhum outro: todos os outros seres são incapazes de conter a natureza do Bem, pois são corpo e alma e não possuem lugar que possa conter o Bem.
A amplitude do Bem é tão grande quanto a realidade de todos os seres com corpos, bem como dos incorpóreos, dos sensíveis e dos inteligíveis. Eis o que é o Bem, eis o que é Deus.
Todos pronunciam a palavra Bem, mas não percebem o que ela pode ser. O Bem é o que menos se pode retirar de Deus, é inseparável de Deus, porque é o próprio Deus.
Todos os outros deuses imortais são honrados com o nome de Deus. O ser bom é aquele que tudo dá e nada recebe. Ora, Deus tudo dá e nada recebe. Deus é, portanto o Bem e a outra denominação de Deus é a de Pai, devido à virtude que possui de criar todas as coisas: pois é ao Pai que cabe o criar.
O princípio dos seres é Deus, porque ele é a sabedoria para a revelação das coisas. O divino é a inteira combinação cósmica renovada pela natureza, pois é no divino que a natureza tem seu lugar.
Os “logikoi” não adquiriram o intelecto e ignoram porque nasceram e quais os autores disto, as sensações desses homens são todas vizinhas daquelas dos animais sem razão e, como seu temperamento permanece num estado de paixão e de cólera não admiram as coisas dignas de contemplação, fixam-se apenas nas volúpias e apetites corporais e crêem que é para estas coisas que o ser humano veio a ser.
Amando a ti mesmo possuirás o intelecto (o conhecimento, a razão), e possuindo o intelecto terás também parte na ciência.
Deus não é responsável, o ser humano que é responsável pelos seus males, naquilo em que ele os prefere aos bens. O Bem é intransponível sem limite e sem fim e relativamente a si próprio, sem princípio também, ainda que para o ser humano pareça ter um quando o conhece.
A mônada sendo o princípio de todas as coisas existe em todas as coisas, enquanto raiz e princípio. Ora, nada existe sem princípio. Quanto ao próprio princípio não sai de nada, a não ser de si mesmo, pois é, com efeito, o princípio de tudo o mais. A mônada compreende todo número, sem ser compreendida em nenhum deles. E engendra (produz) todo número sem ser engendrada por nenhum outro número.
Tudo o que é engendrado (gerado) é imperfeito e divisível, extensível e redutível. Ora, nada disso afeta o perfeito. E se o que é extensível deriva sua extensão da mônada, sucumbe por outro lado à sua própria fraqueza, quando não é mais capaz de conter a mônada.
“Ore” (ligue-se mentalmente) ao Senhor Pai e Único, que não é o Um, mas fonte do Um, para que se mostre propício, a fim de que possas alcançar pelo pensamento esse Deus que é tão grande, para que ele faça luzir nem que seja apenas um de seus raios sobre a tua inteligência. Somente, com efeito, o pensamento vê o inaparente, pois é também inaparente. Se o podes, ele aparecerá então aos olhos de teu intelecto.
Deus é incorporal, multiforme, e mais claramente omniforme. Nada existe que não seja Ele também, pois tudo que é, é Ele. E, portanto, tem todos os nomes porque todas as coisas nascem desse único Pai e, daí advém também o fato de não possuir nenhum nome, porque é o pai de todas as coisas.
O Bem não existe em nada além de Deus, ou melhor, o Bem é eternamente o próprio Deus. Assim sendo, o Bem deve ser a Substância que dela procede todo movimento e toda geração (não existe nenhum ser que seja desprovido dela) e que possui concentrada sobre si mesma uma energia que mantida em repouso, sem deficiência, sem excesso, plena, soberana e poderosa, na origem de todas as coisas.
Quanto ao ser humano o bem se mede nele por comparação com o mal. Pois, o mal que não é grande, é aqui embaixo o bem e o bem daqui embaixo é a menor porção do mal. Entre os homens então, do Bem só se encontra o nome, mas na realidade não se o vê em parte alguma. É efetivamente impossível. Pois, não há lugar para ele num corpo material que é tocado pelo mal, pelas penas e sofrimentos, pelas concupiscências (intenso desejo de bens e gozos materiais) e as cóleras, as ilusões e as opiniões insensatas.
Todas as coisas que caem sob o sentido da visão (física) são simplesmente imagens ilusórias e, de algum modo silhuetas, mas as coisas que não caem sob esse sentido e, sobretudo, a essência do belo e do bem, da mesma forma que o olho não pode ver a Deus, também não pode ver o belo e o bem. Pois, estas são partes de Deus, inteiras e perfeitas, propriedades d’Ele somente, particulares a Ele, inseparáveis de sua essência.
A visão do Bem como do raio solar, que pela sua natureza ígnea deslumbra os olhos, mas que pela sua luz força fecharem; contrariamente esta outra (visão não física) ilumina, e isso tanto mais quanto mais se é capaz de receber o influxo do esplendor inteligível.
Mas agora, o ser humano é muito fraco para chegar a essa visão; ainda ele não tem força suficiente para abrir os olhos de seu intelecto e contemplar a beleza daquele Bem, sua beleza imperecível, incompreensível. Quanto nada mais ele puder dizer, é somente então que ele a verá. Pois, o conhecimento que toma, é silêncio divino com a inibição de seus sentidos.
Tudo o que existe no mundo é parte do mundo e, sobretudo o ser humano, o animal possuidor do Logos (de inteligência e de razão).
Perceba o que é Deus, o que é o mundo, o que é um vivente imortal, o que é um vivente indissolúvel e compreenda que o mundo foi feito por Deus e que permanece em Deus. Que o humano foi feito pelo mundo e que permanece no mundo e que é Deus que causa, envolvendo e mantendo unidas as coisas.
A atividade divina é produzida por Deus e a intelecção (razão) é produzida pelo intelecto, sendo irmã de logos. Ou melhor, a intelecção e o logo são instrumentos um do outro: pois nem o discurso (logos) é enunciado sem intelecção, nem a intelecção é manifestada sem o concurso do logos.
A sensação e a intelecção tornam-se presentes no ser humano, conjuntamente quase enlaçando uma à outra. Pois, nem o conhecimento intelectual é possível sem a sensação, nem a percepção sensível sem a intelecção.
O intelecto gera todos os conceitos, conceitos bons quando recebe as sementes de Deus e conceitos contrários quando de um ser demoníaco, pois não existe um lugar do mundo que não seja habitado por um “daimon” (gênio, anjo, demônio), o qual vindo se insinuar no intelecto, semeia a essência de sua energia própria.
A sensação é própria do humano, portanto é a reunião em si, íntima da sensação e da intelecção. O mundo tem também sua sensação e sua inteligência próprias, não semelhantes àquelas do ser humano e nem sob a relação da variedade, mas em geral mais forte e mais simples.
O vício da alma é a ignorância. Realmente, quando uma alma não adquire nenhum conhecimento dos seres, nem de sua natureza e nem do Bem, é cega e sofre os embates violentos das paixões corporais. Então, a infeliz, para ignorar-se a si mesma, torna-se escrava de corpo monstruoso e perverso, carrega seu corpo como um fardo, não comanda, sendo comandada. Tal é o vício da alma.
A atividade de Deus é sua vontade e sua essência é de querer a existência das coisas. Que é efetivamente Deus o Pai e o Bem, senão o ser das coisas, ainda que atualmente não sejam como digo, a própria realidade de tudo o que é?
O Pai só é o autor da geração e da subsistência de seus filhos, enquanto recebe a compulsão do Bem pelo canal do sol. Pois, é o Bem que é o princípio eficiente. Qualidade que não pode aparecer em nenhum outro que não ele mesmo, que jamais recebe coisas, mas que quer a existência das coisas. Deus é o Pai e é o Bem naquilo em que as coisas existem.
O Princípio está em movimento a fim de tornar-se princípio, enquanto que o Um, somente, permanece imóvel e estável. Existem então estes três seres, Deus o Pai, o Bem, o mundo e o ser humano. O mundo está contido em Deus, o ser humano no mundo. O mundo é filho de Deus e o ser humano filho do mundo. Deus não ignora o homem, pelo contrário conhece-o bem e quer por este ser conhecido.
A alma tendo sido separada de seu verdadeiro ser, gera o esquecimento (perde sua memória cósmica), que nada mais tem haver com o belo e o bom. É o esquecimento que a torna má (pela ignorância de sua verdadeira realidade).
Quando o intelecto (razão, conhecimento, consciência) se separa do corpo de terra, reveste-se rapidamente da túnica que lhe é própria – a túnica de fogo, que não pode usar quando veio se estabelecer no corpo terrestre (pois a terra não pode conter tal fogo: basta uma pequena faísca para fazê-la arder e, eis porque a água se expande em torno da terra como barreira e muro de defesa contra este fogo ofuscante).
O intelecto do Todo é o fautor(causador) de todos os seres e o intelecto do ser humano faz tão somente os da terra. Desprovido de sua vestimenta ígnea o intelecto que habita nos homens é incapaz de perfazer (alcançar) os seres divinos, pois sua habitação lhe impõe a condição humana.
O intelecto sendo o mais penetrante dos conceitos divinos possui como corpo o mais penetrante de todos os elementos, o fogo. E como o intelecto é o fautor (causador) de todos os seres, é o fogo que se toma como instrumento para esta fabricação.
O mundo é submisso a Deus, o ser humano ao mundo, os seres sem razão ao homem. Deus está acima de todos os seres a velar (vigiar e proteger) todos. As energias são como os raios de Deus, as forças da natureza como raios do mundo, as artes e as ciências como os raios do homem.
As energias agem através do mundo, atingindo o ser humano pelo canal dos raios físicos do mundo, as forças da natureza agem por meio dos elementos e dos homens por intermédio das artes e das ciências.
O ser humano é um vivente divino, que não deve ser comparado ao resto dos viventes mortais, mas àqueles do alto no céu, que se chamam deuses. Ou melhor, é preciso ousar dizer a verdade, é ainda acima desses deuses que está estabelecido o ser humano realmente humano ou, pelo menos, existe completa igualdade de poder entre uns e outros.
Nenhum dos deuses celestes deixará a fronteira do céu e descerá sobre a terra, o ser humano contrariamente se eleva até ao céu e o mede, sabe o que está em cima no céu, o que está embaixo e aprende todo o resto com exatidão. E, maravilha suprema, não precisa deixar a terra para se estabelecer no alto. Por tão longe se estende este seu poder!… É preciso então ousar dizê-lo, o ser humano terrestre é um deus mortal, o deus celeste um ser humano imortal. É também por intermédio dessa dupla – o mundo e o ser humano, que as coisas existem produzidas pelo o Um.
Deus fez a Eternidade, a Eternidade fez o mundo, o mundo fez o tempo e o tempo fez o futuro. De Deus, a essência por assim dizer é a sabedoria. Da eternidade é a identidade, do mundo é a boa ordem, do tempo é a mudança e do futuro é a vida e a morte. A Eternidade está em Deus; o mundo na Eternidade, o tempo no mundo e o futuro no tempo.
Enquanto a Eternidade se mantém imóvel em Deus, o mundo está em movimento na Eternidade, o tempo se cumpre no mundo e o futuro se desenrola no tempo.
Deus é a fonte das coisas. O mundo é a matéria. A Eternidade é a Potência de Deus e a obra da Eternidade é o mundo, que não tem começo, mas que é continuamente no futuro pela ação da Eternidade. Eis porque tudo o que está nesse mundo não perecerá jamais, porque está todo envolvido pela Eternidade (nela vibracionalmente presente).
O devir da matéria (vir a ser) depende da Eternidade, como a Eternidade depende de Deus. O devir e o tempo se encontram no céu e na terra, mas possuem duas naturezas diferentes. No céu não se transformam e são imperecíveis, na terra são mutáveis e perecíveis. E da Eternidade Deus é a alma, do mundo é a Eternidade e da terra é o céu. Deus está no intelecto, o intelecto está na alma, a alma está na matéria – e, todas essas coisas subsistem através da Eternidade.
A Eternidade que mantém coeso todo esse mundo por meio da necessidade ou da providência ou da natureza – ou de seja, lá o que for que se possa pensar hoje ou depois. Tudo que produz pela sua atividade é Deus e a energia de Deus como força insuperável, não se pode com ela comparar as coisas humanas ou divinas.
Deus não é inativo, de outra forma o Universo também seria inativo, pois tudo é pleno de Deus. De fato, não se verifica inatividade em parte alguma, nem no mundo e nem em qualquer outro ser que seja. Inatividade é uma palavra vazia, relativamente àquele que criou e àquele que vem a ser.
Para todos os seres que foram produzidos, com efeito, são os seus corpos que possuem uma alma e que são movidos. Ora, todos esses corpos não podem convergir para um único ser sem alguém que os reúna. É preciso, portanto que esse alguém exista e seja absolutamente único.
Como Deus opera sozinho, sempre é imanente (existe sempre presente) à sua obra, sendo ele mesmo que a produz. Se suas criaturas fossem separadas dele, dobrar-se-iam e pereceriam necessariamente, não mais possuindo vida. Quanto, à morte, ela não é a destruição dos elementos reunidos, mas ruptura da união.
Assim como a Eternidade é a imagem de Deus, o mundo imagem da Eternidade, o Sol imagem do mundo e o ser humano é a imagem do Sol. Quanto à transformação é chamada morte, porque o corpo se dissolve enquanto a vida se dissipa no invisível.
E não te espantes que possa existir uma figura incorpórea, ela existe efetivamente como a figura da palavra. E da mesma forma nas pinturas, quando se vêem cimos de montanhas se elevando muito acima, quando na verdade são chatas e lisas.
Todos os seres estão em Deus, mas não estão colocados como em um lugar, mas é de outra maneira que estão colocados na faculdade incorpórea de representação.
É desta maneira então, que deves conceber Deus: tudo que é contido nele como pensamentos, o mundo, ele mesmo – o Todo. Se não te fazes igual a Deus, não podes compreender a Deus: pois o semelhante só é inteligível ao semelhante. Faça-te crescer até corresponder à grandeza sem medida.
O que é mais manifestado que Deus? Ele criou tudo para que fosse visto através de todos os seres. Eis o bem de Deus, o poder miraculoso de Deus de se manifestar através de todos os seres. Pois, nada há de invisível mesmo entre os incorpóreos. O intelecto se torna visível no ato de pensar, Deus no ato de criar.
Onde há alma existe intelecto da mesma forma que onde há vida há também alma. Mas nos animais irracionais a alma é simplesmente vida pura sem intelecto. Pois, o intelecto presta seus benefícios somente às almas dos seres humanos, que os faz em vista do bem.
Nos animais sem razão coopera com o instinto natural presente em cada um deles, enquanto na alma dos humanos age de encontro ao bem. Mas, toda alma assim que entra num corpo é pervertida rapidamente pela pena e pelo prazer. A pena e o prazer são como os humores do corpo decomposto que borbulham dentro de si e nos quais a alma afunda e se macula.
Quando as almas humanas não obtêm o intelecto por guia, sofrem a mesma condição que as almas dos seres sem razão. O intelecto coopera com elas e deixa livre curso às concupiscências, quando as almas deixam-se levar pela violência de seus apetites para essas concupiscências que tendem ao irracional.
Deus gratificou o ser humano, único entre os animais mortais, com esses dois dons: o intelecto e o verbo, que têm o mesmo valor que a imortalidade. Ora, se o ser humano emprega esses dons para os fins que convém, não diferirá em nada dos imortais; uma vez liberto do corpo, será guiado por um e pelo outro para o coro dos deuses e dos bem-aventurados (vencedores).
O verbo é a imagem e o intelecto de Deus, o corpo é a imagem da idéia e a idéia é a imagem da alma. O que há de mais sutil na matéria é o ar, no ar é a alma, na alma é o intelecto e no intelecto é Deus. Deus envolve e penetra tudo, o intelecto envolve a alma, a alma envolve o ar e o ar envolve a matéria. A necessidade, a providência e a natureza são os instrumentos da ordem e do belo ordenamento da matéria.
Deus envolve a tudo e penetra em tudo porque é energia e potência. E não existe nada de difícilem conceber Deus, quando falas da matéria ou do corpo ou da substância. Sabes que essas são energias de Deus: energia da matéria a materialidade, energia dos corpos a corporalidade e a energia da substância a substancialidade – Deus é isto, o Todo.
O que foi criado e o que criou, é impossível separar um do outro, pois o que cria não pode se separar do que é criado, cada um dos dois está submetido a isto e nada mais. Por esta razão que nenhum pode ser separado do outro e mais ainda de se mesmo.
A realidade se resume em dois termos, o que foi criado e o que criou, formando esses dois uma unidade. E, em virtude desta unidade, um à frente o outro seguindo – o que marcha à frente é Deus criador, o que segue é a coisa criada, qualquer que seja.
Deus é o mestre, criador, pai e envoltório do universo inteiro. É aquele que sendo o Um é tudo e que sendo tudo é Um. Pois o pleroma (plenitude) de todos os seres é um (unidade) que está no Um (Único).
O Sol, conjunta (ajunta) o céu e a terra, enviando para baixo a substância e elevando a matéria, quando a leva para perto de si e para si as coisas. Fazendo sair de si, dando tudo a todos e espargindo sobre todos liberalmente a luz, pois ele é aquele cujas boas energias penetram não somente no céu e no ar, mas também na terra, até o golfo mais profundo e no abismo.
O Sol tem ao seu redor numerosos coros de “daimons”, semelhantes a grupos armados de forma diversa, que convivem com os mortais sem perder a imortalidade e que após terem recebido como sua parte a região dos homens, velam sobre seus negócios. E executam o que lhes é ordenado pelos deuses, por meio de tempestades, de ciclones, de maremotos, de vicissitudes no elemento ígneo. Terremotos, fome e guerra que castigam a impiedade (crueldade).
O Sol é o conservador e a nutriz de toda espécie de seres e da mesma forma que o mundo inteligível envolvendo o mundo sensível preenche este de todas as formas com a infinita diversidade de suas figuras, o Sol envolvendo tudo o que está no mundo, dá seu volume a todos os seres que nascem e os fortifica, ainda que os absorva em si mesmo quando estes morrem.
Ora, sob as ordens do Sol foram posto os coros de “daimons”. Buscam remodelar as almas humanas segundo seu interesse a excitá-las, instalando-se nos corpos humanos, em seus músculos e medulas, em suas veias e artérias e em seus cérebros. Penetrando até em suas entranhas.
Esses “daimons” após terem penetrado no corpo nas duas partes da alma, atormentam-na, cada um deles no sentido de sua própria atividade. Somente a parte racional da alma escapando à soberania dos “daimons”, permanece estável, pronta a tornar-se receptáculo de Deus.
O mundo inteligível depende de Deus, o mundo sensível depende do inteligível e o Sol através do mundo inteligível e do mundo sensível recebe de Deus por sua providência o influxo do Bem. Isto é, a ação criadora.
Deus é o Pai das coisas, o Sol é o criador e o mundo o instrumento desta ação criadora. O céu é governado pela substância inteligível, que governa por sua vez os deuses e os “daimons”. Estes colocados sob as ordens dos deuses governam os humanos. É desta maneira que está disposta e armada a ação dos deuses e dos “daimons”.
Toda alma humana é imortal, mas não são todas do mesmo modo: diferem segundo o modo e o tempo.
Tudo é Um, que é o Todo. É aquele que sozinho é tudo ou que é o criador de tudo.
Após haver criado o ser humano essencial, Deus como visse que ele não poderia cuidar das coisas se não o cobrisse com um envoltório material, deu-lhe um corpo por domicílio e prescreveu que todos os seres humanos fossem de tal maneira compostos. De outra natureza em uma fusão ou em uma mistura única na proporção conveniente. Foi desta forma que se conformou o ser humano: da natureza do espírito e do corpo. Isto é, do eterno e do mortal, para que o vivente formado dessa forma pudesse satisfazer à sua dupla origem.
O ser humano é um vivente, e não inferior pelo fato que seja em parte mortal. Ao contrário, pode ser que tenha sido enriquecido pela mortalidade por ter sido assim composto, adquirindo mais habilidade e eficácia, em vista de um propósito determinado. Pois, não teria podido cumprir sua dupla função se não fosse composto das duas substâncias. É preciso ser de uma e de outra, para ser capaz ao mesmo tempo de cuidar das coisas terrestres e amar a divindade.
O ser humano constitui de apenas uma única liga, por aquela parte pela qual, sendo feito, com elementos superiores da alma e do intelecto e do espírito e da razão, é divino. Possui os meios de subir até aos céus, enquanto que pela parte material, composta de fogo e de terra, de água e de ar, é mortal e permanece preso à terra, com medo que possa deixá-la vazia, por abandonar as coisas confiadas à sua guarda. É desta forma que a natureza humana em parte divina, foi criada também em parte mortal, pois foi estabelecida em um corpo.
Deus que existe sempre, Deus eterno, não pode ser engendrado nem o poderia ter sido – ele é, foi e sempre será. Esta é, portanto, a natureza de Deus que saiu de si mesmo completamente. O princípio da geração é uma das propriedades da matéria: esta possui em si mesma o poder e a capacidade fundamental de conceber e dar à luz. É pois capaz de engendrar por si só, sem o concurso de nenhum elemento estranho.
O sopro é que move e dirige todas as formas sensíveis contidas no mundo, cada uma segundo a natureza própria que Deus lhe haja conferido na matéria, que é o receptáculo das coisas, em que todos os seres estão em movimento, formando uma massa compacta.
O intelecto é a luz da alma humana da mesma maneira que o sol o é do mundo, O intelecto uma vez tendo se mesclado e fundido com a alma humana, se faz uma única e mesma substância com ela por meio de uma íntima fusão, de forma que as almas assim mescladas nunca mais são obscurecidas pelas trevas do erro.
Deus que é as coisas por si só, infinitamente repleto da fecundidade dos dois sexos, prenhe pela sua própria vontade, sempre dá à luz e tudo que tenha planejado ou decidido procriar.
O mundo se move à própria vida na eternidade. Seu lugar está nesta eternidade própria da vida. Por esta razão o mundo nunca encontrará repouso nem será jamais destruído, posto que esta eternidade de vida o protege como um muro fortificado e, por assim dizer, o encerra.
Deus sempre esteve em repouso e bem como a eternidade, da mesma forma que Deus, permanece imóvel encerrado dentro de si, antes de fazer nascer este mundo que com razão é chamado mundo sensível. Deste Deus o mundo sensível foi feito imagem, posto que o mundo imita a eternidade.
O mundo inteligível, isto é, o que não é percebido a não ser pelos olhos da inteligência, ele é incorpóreo e nada corporal pode mesclar-se à sua natureza, nada que possa ser definido pela qualidade ou pela quantidade ou pelo número, por que nele não há nada semelhante a isto.
Seja qual for o vivente mortal ou imortal, racional ou irracional, dotado de alma ou não, cada indivíduo segundo o gênero a que pertence, leva a marca de seu gênero.
A terra passa continuamente por múltiplas mudanças de aspecto, quando está gerando seus meses, nutrindo o que fez nascer e diversificando as qualidades e tamanhos de seus produtos em momentos de parada ou avanço de seu crescimento, através das qualidades, odores, sabores e formas das árvores, das flores e dos frutos.
É o Bem e causa que produz as coisas. É o Deus supremo, ou a ordem universal das coisas celestiais e terrestres fixadas por leis divinas (Leis Universais). De fato, nada escapa às disposições da Ordem e esta bela ordenação se cumpre nas coisas, pois o próprio mundo segue a Ordem em seu movimento, porque não se mantém em sua totalidade se não receber o concurso da Ordem.
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Abaixo com o “Sol em zoom” uma foto tirada na Fazenda Hotel Projeto Portal, com uma câmera pentax focalizando o Sol sobre a “Montanha do Asthar” (Montanha São Jerônimo), no dia 07/03/2000, às 06h00min – mais informações na Página “Por trás dos milagres” e Fotos analisadas , neste Site.
“O Olho Cósmico”
Foto do Sol – Momento de interação com a Consciência Universal
No momento que esta foto foi tirada do alto da “Montanha dos Arquivos”, o Sol sobre a “Montanha do Asthar” aparentemente diluiu (desapareceu) em um dourado intenso e em uma luminosidade diferente como fosse viva, que não machucou os olhos do autor desta foto e que cobriu todo o vale onde está a sede do Hotel Fazenda Projeto Portal.
É importante ressaltar que ao direcionar para esta foto um foco de luz e logo depois afastá-lo, a imagem deixa transparecer dois movimentos semelhantes ao da pupila humana, respectivamente midríase e miose, o que nos faz pensar sobre os Maias, que diziam ser o Sol um ser vivo, chamando-o de “Kinich-Ahau”.
Será que a energia “aparentemente viva” por trás (além) da presença física do Sol, está de certo modo relacionada com outra sua realidade, de onde vem “o extra sol” – uma energia consciente, que se mostra no mundo real para o pesquisador do Projeto Portal na aparência de outra pessoa, quando em estado mental acelerado e alterado de consciência este pesquisador está sintonizado na freqüência desta realidade? Uma energia consciente de uma realidade paralela que pode ainda se mostrar para ele como um “clone” seu, mas em um nível vibratório muito mais intenso e em um padrão de consciência e tecnológico também muito mais à frente, com possibilidade de lhe dar a informação de onde vem sua Essência e, portanto quem ou o que ele é verdadeiramente dentro do contexto Universal e para onde deve se conduzir em sua busca vibratório-evolutiva?
Aquele que busca despertar a sua memória cósmica e paralelamente desenvolver também as suas habilidades Co-criadoras, ele está em intenso processo de criatividade interior para melhor perceber o “Mecanismo” da Causalidade Descendente – a Consciência Cósmica ou Deus fazendo presente em sua vida de o “observador”.
A Nova Ciência traduzida além mesmo dos conceitos da Física Quântica exige daquele que pesquisa neste novo campo, um estado de percepção (intuição) mais apurado que o permita mais interiorizado, também “se ligar” mais à Consciência Universal – o Ser Quântico que é o Verdadeiro Portador da Criatividade. A sua presença é determinante, afetando o mundo dentro do processo de descontinuidade e de interconexão.
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Texto de Antônio Carlos Tanure
http://pegasus.portal.nom.br/
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