Documentos revelam duas décadas de buscas por óvnis nos EUA
O Historiador amador John Greenewald passou quase duas décadas solicitando informações consideradas não confidenciais do governo dos Estados Unidos sobre objetos voadores não identificados (óvnis).
O resultado foi a postagem na internet de mais de 100 mil páginas de documentos sobre os inquéritos internos de óvnis da Força Aérea americana.
Veja abaixo cinco entre os principais pontos dos arquivos abertos pelo chamado Projeto Livro Azul. As revelações podem ser lidas no site http://projectbluebook.theblackvault.com.
1. O Projeto Livro Azul foi um projeto ambicioso
As origens do ambicioso projeto datam de junho de 1947, disse à BBC o pesquisador sobre óvnis Alejandro Rojas.
As origens do ambicioso projeto datam de junho de 1947, disse à BBC o pesquisador sobre óvnis Alejandro Rojas.
O editor da revista Open Minds disse que um respeitado empresário e piloto, Kenneth Arnold, estava sobrevoando sobre o Estado de Washington quando testemunhou vários objetos voadores não identificados.
Mais tarde, Arnold descreveu que os objetos "saltavam como pires". A imprensa adotou o termo, e passou a chamá-los de discos voadores.
Este incidente - e vários outros, incluindo o possível pouso de um óvni em Roswell, no Novo México, no mesmo ano - levou a Força Aérea a lançar um órgão de investigação específico sobre o tema.
Nomeado Projeto Livro Azul e sediado na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio, a ideia era que o programa fosse formado por apenas alguns funcionários. No entanto, o grupo investigou 12.618 registros de óvnis num período de duas décadas.
2. Projeto respondeu a um mal-estar público
Criado nos anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra Mundial, o Projeto Livro Azul tinha a intenção de interromper a disseminação do mal-estar público diante do número crescente de relatos de visualizações de óvnis, incluindo sobre locais importantes como a Casa Branca e o Capitólio.
Criado nos anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra Mundial, o Projeto Livro Azul tinha a intenção de interromper a disseminação do mal-estar público diante do número crescente de relatos de visualizações de óvnis, incluindo sobre locais importantes como a Casa Branca e o Capitólio.
"Havia muita histeria do público, e para os militares e o governo na época, era uma grande ameaça", diz Greenewald. "Não importa se os óvnis eram alienígenas ou não, eles estavam causando pânico, então [o governo] tinha de controlar os nervos de todo mundo."
Embora sejam vistas com sarcasmo hoje, as ocorrências de avistamento de óvnis teriam sido discutidas por altos integrantes do governo americano nos anos 1940 e 1950.
"A questão foi levada muito a sério naquela época", disse Rojas. Chefes da CIA, a agência de inteligência americana, à época afirmavam publicamente que se tratava de um fenômeno real.
Em 1966, outra comissão da Força Aérea foi criada para analisar a fundo alguns dos casos do Projeto Livro Azul. Mais tarde, esse grupo divulgou um relatório que afirmou não ter encontrado evidências de óvnis.
O Livro Azul foi oficialmente encerrado em 1969.
3. Muitos dos casos não deram em nada
Apesar de muitas fontes confiáves - de almirantes da Marinha a pilotos militares e civis - terem relatado avistamento de óvnis, a maioria dos casos investigados pelo Projeto Livro Azul acabou envolvendo balões meteorológicos, gases de pântano, eventos meteorológicos e até mesmo inversões de temperatura.
Apesar de muitas fontes confiáves - de almirantes da Marinha a pilotos militares e civis - terem relatado avistamento de óvnis, a maioria dos casos investigados pelo Projeto Livro Azul acabou envolvendo balões meteorológicos, gases de pântano, eventos meteorológicos e até mesmo inversões de temperatura.
Em Seattle, no Estado de Washington, em abril de 1956, uma testemunha descreveu ter visto um "objeto redondo, branco... [que] dava voltas e voltas", de acordo com os documentos. Posteriormente, os investigadores concluíram que se tratava de um meteoro e encerraram o caso.
Em janeiro de 1961, em Newark, New Jersey, uma testemunha relatou ter visto um objeto cinza escuro "do tamanho de um jato sem asas". Esse objeto, mais tarde, foi identificado como um avião.
4. Outros casos não são tão facilmente explicados
De acordo com Greenewald e Rojas, mais de 700 casos do Livro Azul não puderam ser explicados pelos investigadores. Muitos desses casos citaram dados ou provas insuficientes.
De acordo com Greenewald e Rojas, mais de 700 casos do Livro Azul não puderam ser explicados pelos investigadores. Muitos desses casos citaram dados ou provas insuficientes.
Mas mesmo alguns dos casos encerrados levantam mais perguntas do que respostas para os ufólogos. Em um deles, em 1964, um policial em Socorro, no Novo México, interrompeu uma perseguição a um suspeito após avistar uma aeronave estranha.
Ele seguiu o objeto - descrito como tendo uma insígnia vermelha estranha - e o viu aterrissar. Dois seres do tamanho de crianças saíram. O objeto, então, decolou, deixando queimaduras e vestígios no terreno.
"O Livro Azul rotulou [o caso] como inexplicável e, mesmo depois de todas estas décadas, ainda não conseguem explicá-lo", diz Greenewald.
5. Há ainda informações a serem descobertas sobre óvnis
Embora Greenewald tenha acumulado um arsenal de documentos do governo, ele diz haver muitos outros a que nem ele nem o público tiveram acesso.
Um pedido feito à Agência de Segurança Nacional rendeu centenas de páginas - mas as revelações estavam tão editadas que apenas algumas palavras apareciam em cada página, diz.
Outras entidades do governo americano - incluindo a CIA e a agência de inteligência de defesa - também realizaram investigações sobre óvnis que não foram divulgadas, diz Greenewald.
"Eu acho que o Projeto Livro Azul é apenas a ponta do iceberg", diz ele, acrescentando que vai continuar a pedir mais informações ao governo dos EUA.
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