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terça-feira, 28 de abril de 2015

A PEDRA DO SOL


A Pedra de Sol, muitas vezes chamada de "calendário asteca", cujo verdadeiro nome é "Cuauhxicalli", ou "receptáculo da Águia" não é apenas um calendário, mas também uma pedra comemorativa de uma data sagrada, assim como as maias, certas pedras lembram a festa ritual asteca realizada a cada 52 anos: A Festa do Fogo Novo. Os astecas colocavam essas pedras no Templo Mayor. Em particular, sobre esta Pedra do Sol foi gravada a data de Acatl que marca a festa do fogo no ano de 1479. A Pedra é composta de oito círculos concêntricos que formam coroas circulares.
No círculo exterior há duas cobras que se juntam de cabeça para baixo, cuspindo duas faces que representam o dia e a noite (Tonatiuh - Xiutecutli ). Enquanto o movimento oitavo de inércia define os limites do mundo visível.
A Pedra do Sol pode ser decifrada de duas maneiras: seja a partir da borda externa ou do centro. Começamos por explicar o círculo externo que dá o contexto geral, em seguida, ler a partir do centro, o coração do calendário.
As duas cobras que descrevemos no círculo exterior, são apenas dois aspectos da mesma coisa. As serpentes, uma diurna e outra noturna, representam o céu em dois aspectos diferentes.
A energia que era captada pelo movimento oitavo. Para os astecas, exalava um poder especial: uma energia do universo que foi incorporada no espaço-tempo para entrar em ressonância com a Terra.
Esta energia, que reúne as forças do universo e dos diferentes céus, era distribuída pelo sol que é a fonte de vida de nosso sistema planetário.
Na Pedra do Sol, encontramos esta distribuição concêntrica, ajustada de acordo com os planetas, como indicava o calendário asteca.
As duas serpentes são divididas em 13 segmentos (13 céus) são a imagem do universo que contém tudo.São como Yin e Yang, o dia e a e noite que nos envolvem. Eles também são a Via Láctea, a galáxia que contém o nosso sistema solar em meio a tantas outras galáxias. Para os astecas, a Via Láctea representa a força de expansão em relação aos homens, antes de chegar à totalidade absoluta.
O intermediário entre o homem e as estrelas é o Sol, que é o centro do sistema de relações planetárias e, consequentemente, o centro da Pedra do Sol. Este centro é que capta diretamente as energias cujo ponto de partida estava localizado no 13 Acatl.
É assim, que o sol central (5º sol) se torna o centro da energia vital da absorção e da difusão, enquanto as duas serpentes são os limites que formam o círculo Xiucoatl, o círculo da criação circundante.
O movimento do centro da pedra atua no sistema em seu duplo papel de captação (polaridade-) e (polaridade+). Esta dupla polaridade produz um movimento quinconce (linhas escalonadas) como uma suástica criando "zonas de influência" ou círculos concêntricos.
Mas cada coroa tem seu movimento próprio devido a sua própria aceleração, mas os movimentos vão se tornar cada vez mais lentos à medida que haja um afastamento da parte central.
Chegamos assim a uma imobilidade "aparente" que dá a aparência de um limite fixado pelas constelações principais.
A Pedra do Sol sintetiza o movimento e não-movimento, o que está dentro e o que está fora, para reunir o interior ao exterior. Esta síntese resulta da relação do círculo exterior-interior, onde se origina a força centrípeta, e da relação do círculo interior-exterior, onde se origina a força centrífuga.
De fato o que está no interior tende a expandir e o que está no exterior tende a manter-se fixo, criando a harmonia.
Os círculos concêntricos são divididos da seguinte forma:
1 º Círculo: o círculo central, representa o rosto do Sol Tonatiuh que com suas duas garras levam alguns corações para colocá-los no universo. É um símbolo de vitalidade e de "movimento imóvel". Em sua língua há uma faca de obsidiana que simboliza o sacrifício de si mesmo, uma fonte de vitalidade e criatividade da 5ª era.
2º Circulo: os braços da cruz ou glifos quinconce representam as quatro eras precedentes, ligando-as aos quatro elementos, que por sua vez marcam as datas para o fim do calendário das Era Cosmogônicas: este círculo gira da esquerda para a direita, seguindo o movimento aparente das estrelas.
3º Círculo: É composto pelos 20 dias do mês e gira na mesma forma que o anterior. O ano civil era composto por 18 meses de 20 dias, que foram relacionados com os 13 meses do calendário mágico. A combinação perfeita entre os dois calendários foi reajustada a cada 52 anos, quando as duas rodas do calendário estão reunidas a partir de seu ponto inicial. Os 20 dias do mês também estavam ligados ao corpo humano, pelas tradições Maya e Nahuatl. Para os maias, a unidade de 20 dias chama-se Uinal. O Uinic era o homem real, que incorporou o seu potencial. As 4 lâminas do segundo círculo indicam os 4 dias em que o ano se inicia: Acatl Tecpatl, Calli, Tochtli.
4º Circulo: Formado pelos 8 raios do sol e mostra a relação entre o Sol e Vênus. O escudo do Sol resume este contato representado no Código Borbonicus pela reunião do jaguar com cachorro (o mito de Quetzalcoatl). Sua posição intermediária indica o seu papel como fixador. Este círculo é composto de 40 Quinconces quadrados em cada um deles. Lembremos que cinco revoluções Vênus equivalem a 8 no planeta Terra (5 x 8 = 40, 8 x 365 = 5 x 584). 40 revoluções de Vênus equivalem às 126 revoluções de Mercúrio com uma diferença de 9 dias. Na Pedra do Sol, 40 casas, os 5 pontos em cruz e as 8 cidades acima referem-se aos sinais de Quetzalcoatl . Os 5 pontos são uma alusão ao seu irmão gêmeo, Mercurio-Xolotl, as 5 revoluções de Mercúrio equivalem à uma revolução de Vênus. Vênus é chamada Quetzalcoatl, Totonametl, Tlahuizcapantecutli, Hun ahau, Hun abou, Kukulcan.
5º Circulo: está ligado ao planeta Marte, cuja revolução de 780 dias equivale a 260 x 3. O culto de Tlaloc , a água a fervente, é tão antigo quanto o a lua Tecciztecatl Tezcatlipoca e ao Quetzalcoatl. Tlaloc é chamado Xipe sob a forma de Tlatlauquitezcatlipoca, o espelho de fumaça vermelha, deus estrelar ; em Copan (Honduras) encontramos um templo representativo com 7 escalas, um local de culto a Quetzalcoatl e Tlaloc, esta representação significa dizer ao que o homem nasce do principio ígneo.
Daí vem a relação mística entre o vento e a chuva. Tlaloc também incorpora os 4 Chac, os guardioes dos dos 4 quatros, que administram as chuvas; não somente a chuva em seu sentido material, mas também como precipitação de princípios formativos. Tlaloc está relacionado ao princípio da geração do grão que se torna planta. Também chamado de "orvalho do céu" ou "dons do céu." Marte é venerado a oeste como Balam Zacab e a leste, como Cansiemal.
É mencionado como a "estrela dupla" porque se aproxima e se afasta dos monolitos. O planeta Marte é, então o grande diferenciador e divisor dos mundos, semelhante a um raio de fogo místico abre as águas primordiais, como o arado para traçar os sulcos na terra onde entra o grão da manifestação. O número 17 é importante para as ações de Marte, porque é a última luz de sensibilidade vespertina e a primeira luz de sensibilidade vespertina.
6º Círculo: corresponde ao planeta Júpiter, a joia do céu, Tezcatlipoca é como um céu estrelado na noite Yay Uhqui. Para os mexicanos, Tezcatlipoca, o Espelho Negro, está profundamente ligada à Tecciztecatl (a lua) e muitas vezes se confundem. É um rival constante de Quetzalcoatl, uma vez que ele se recusa a dar-lhe fogo. Aparece como Tepeyotl, o coração da montanha (Jaguar), que é consagrado ao mês dos Mortos, o mês do esforço e seca. Tezcatlipoca também está ligada à Ursa Maior, a qual desaparece como uma estrela no horizonte num período do ano. Há um mito de Tezcatlipoca que conta que ele perdeu um pé com o qual foi criada a terra. Tezcatlipoca é representado por duas serpentes negras ou brancas, conforme a ocasião. Neste sexto círculo, Tezcatlipoca é composto de 8 pingentes, representando o quadrado Vênus-Marte, três penas e o ponto de Chalchuitlicue; encontramos no mesmo símbolo no sol, sob a forma de 2 quadrados, 5 penas e um ponto concêntrico. Os círculos 5, 6, 7 estão intimamente ligados, pois eles constituem a unidade Marte-Júpiter-Saturno. Saturno e Marte formam duas faixas que apontam os dias sucessivos e a Via Láctea. Elas estabelecem assim, a relação entre o mundo planetário e o mundo estrelar. As setas solares unem os 4 círculos externos aos 4 círculos internos e suas pontas juntam-se à 8ª ponta da Via Láctea.
7º Circulo: Círculo de Saturno. Esta margem é constituída por 28 arcos pequenos (que lembra as vértebras da serpente) é dedicado a Saturno. Na verdade, Saturno leva 28 revoluções sinódicas em quase 29 anos trópicos. Neste período há 9 revoluções de Vênus. Saturno é o companheiro de Quetzalcoatl e de Xipe Tlaloc. Ele, Xiutecutli, é o Senhor do Fogo, também chamado Huehueteotl e Ixcozauhqui que acompanha Cihuacoatl (a mulher serpente), irmã de Huitzilopochtli, o deus da guerra. Saturno está relacionado à guerra da sobrevivência. Como Xiutecutli-Ayamictlan, seu emblema é a borboleta, símbolo da chama. "A maldição o transforma em um cão", chamado então de Mictlantecuhtli , deus do submundo, vinculada ao glifo 9 (o cão). Ixcozauhqui (Ix: olho, Zauhqui: amarelo) é o símbolo do olho maléfico de Saturno em oposição a o olho vermelho de Marte. Era o deus lento. Xiutecutli representava a chuva de meteoros ou a chuva de fogo estelar. Presidiu o primeiro mês (Izcalli).
8º Círculo: o círculo da Via Láctea. A Pedra do Sol é delimitada por dois semi-círculos com uma cobra em chamas, Xiucoatl, representando a Via Láctea. As duas cobras nascem do hieróglifo, de 13 Acatl indicando a data da celebração do Fogo Novo. As caudas das serpentes, suas esmas (12 de cada lado), suas cabeças, representam os vários céus. A Pedra do Sol comemora um ciclo de 52 anos, o tempo do Fogo Novo (13 Acatl) quando as estrelas mostram através da constelação de Mamashuastli que a vida vai continuar. As estrelas criam assim, uma ligação entre o homem e os fenômenos, não somente ligados agricultura, mas também os fenômenos cósmicos. Esta dualidade de poder é dividida em duas cobras, que atraem o eixo vertical da pedra entre suas caudas e cabeças. O diâmetro horizontal é indicado pelas garras do Sol, tentando olhar para o coração do céu. As duas linhas de criam as quatro direções do espaço, apontado por 4 setas do escudo solares. Uma representação confirma a noção do combate perpétuo que mantém a vida do sistema. Da garganta das duas cobras com chifres (cujos chifres em 7 círculos nos mostrar as Plêiades e a Ursa Maior), vão surgir os rostos de Tonatiuh, o Sol, a caminho do leste-oeste (à direita) e de Xiutecutli como Saturno, o tempo e a noite, em seu caminho Oeste-leste. Sua interpenetração dá o 8º movimento.
Via.. O SOL NEGRO

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