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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Astrônomos brasileiros confirmam que a Via Láctea tem quatro braços espirais

Uma equipe de astrônomos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), liderados por Denilso Camargo, confirmou que a Via Láctea tem quatro braços espirais e não dois como era pensado. Eles usaram aglomerados estelares jovens para traçar a estrutura de nossa galáxia.
É consenso entre os astrônomos que a Via Láctea é uma galáxia espiral. No entanto, o número exato de braços que ela possui ainda é alvo de polêmica dentro da comunidade científica.
“A nossa localização no interior do disco obscurecido por gás e poeira é um fator complicante no estudo da estrutura da Via Láctea”, diz Denilso Camargo a GALILEU. “Nós não podemos observar diretamente os braços espirais, por que a poeira interestelar concentrada no disco bloqueia a luz visível, limitando a região do espaço que podemos observar diretamente”.
Mas afinal, quantos braços tem a Via Láctea?
Cientistas estudam os braços espirais da Via Láctea desde 1950. É importante lembrar que, mesmo antes do estudo brasileiro, já era cogitada a existência de quatro braços espirais. No entanto, em 2008, dados do telescópio Spitzer, da NASA, sugeriram apenas dois braços para a nossa Galáxia - Scutum-Centauro e Perseus.
Com os estudos recentes de aglomerados estelares, a equipe brasileira parece ter resolvido de vez a questão: nossa galáxia tem na verdade quatro braços espirais - além de Scutum-Centauro e Perseus, temos Carina-Sagitário e Norma. Os pesquisadores brasileiros usaram dados do telescópio espacial infravermelho WISE, da NASA.
“Usamos aglomerados imersos que são aglomerados de estrelas recém nascidos, que ainda permanecem no interior do material embrionário formado por gás e poeira”, explica Camargo. “A maioria dos aglomerados imersos se formam nos braços espirais e, como são muito jovens, não tiveram muito tempo para se afastar do local de nascimento. Por isso, são excelentes traçadores da estrutura espiral da Via Láctea”.
Descobertas recentes ajudam em novas descobertas
Recentemente, Denilso Camargo e sua equipe descobriram dois aglomerados (Camargo 438 e Camargo 439) localizados a 16 mil anos luz do disco central da Via Láctea - os mais distantes descobertos até hoje. A equipe de Camargo ainda conta com Charles Bonatto e Eduardo Bica, todos da UFRGS

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