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terça-feira, 1 de setembro de 2015

O dia em que feiticeiros e bruxos se reuniram na Colômbia


Há 40 anos, na capital colombiana de Bogotá, terra do Realismo Mágico, foi realizado o primeiro Congresso Mundial de Bruxaria, com presenças de feiticeiros, curandeiros, curiosos e charlatões de todo o mundo. Em 27 de agosto de 1975, na inauguração oficial, o organizador Simón González afirmou que, durante as deliberações do congresso, o homem teria que “encontrar seu verdadeiro poder e saber cientificamente, explorando suas condições humanas como nunca antes”. Também conhecido como “Brother Simón” ou “o bruxo Simón”, González foi um político e escritor colombiano, aficionado em ciências ocultas. 

Estima-se que mais de 2.500 participantes tenham ido à capital colombiana, formando um colorido sabá esotérico, que ia desde homeopatas até adoradores de vodu. A pedido do Congresso, foi montado um enorme mercado de poções, pomadas, bolas de cristal, cartas mágicas, talismãs e frascos milagrosos. Além disso, jornalistas de todas as partes do mundo viajaram a Bogotá para cobrir o evento. 

Entre as várias histórias relatadas, destaca-se a do famoso médico de terapias alternativas Andrew Weil, que teve que sair escoltado por seguranças enquanto era vaiado pela multidão. Aconteceu que, em plena capital mundial do café, certamente mal assessorado, o homeopata não teve uma boa ideia ao resolver expor os males do grão. Ele chegou a dizer que o café é “um alucinógeno mais poderoso que a maconha, porque causa vício”.
Enquanto isso, as pessoas se fascinavam com os 32 bruxos haitianos que chegaram a Bogotá com passaporte diplomático para mostrar todos os tipos de rituais vodus. Possuídos por espíritos, os bruxos encostavam tochas de fogo no rosto sem se queimar e dançavam ao som dos tambores, enquanto mastigavam vidro e recebiam fortes chibatadas.
No entanto, a grande estrela do Congresso foi, sem dúvidas, o ilusionista Uri Geller, um israelense que dobrava colheres apenas com sua mente. Ele causou tanta sensação entre o público que as pessoas se desesperavam para poder levar para casa uma colher curvada pelo olhar do poderoso mentalista. Esperto, um empresário logo comprou centenas de colheres de café para improvisar uma pequena oficina de ferreiro em seu quintal, onde colocou todas as crianças do bairro para dobrar talheres. Algumas horas depois, com uma cesta sob os braços, começou a venda: “A 50 pesos, a colher dobrada pelo mestre!”, ele gritava em voz alta. Até o meio-dia do primeiro dia de vendas, todas as colheres já tinham sido vendidas. 

Fonte: Clarín 
Imagem: Alessandro Colle/Shuttertock.com

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