Um grupo de cientistas e acadêmicos ao redor do mundo lançaram um novo projeto, chamado UFODATA –UFO Detection and Tracking, ou ‘Detecção e Rastreamento de OVNIs, a fim de que seja aplicada uma pesquisa científica rigorosa ao estudo dos OVNIs. Este projeto, que é voluntário, não visa lucro e inclui cientistas e outro profissionais dos Estados Unidos, Itália, Holanda, Reino Unido e Chile, pretende usar dados científicos e metodologia de pesquisa para avançar neste assunto que é amplamente colocado na periferia (no melhor dos casos) da comunidade científica tradicional.
“Está abundantemente claro que não iremos progredir a compreensão sobre seja lá o que for que está causando os relatos e avistamentos de OVNIs, sem obtermos o tipo de dados que queremos coletar“, diz Mark Rodeghier, diretor científico e presidente do J. Allen Hynek Center for UFO Studies, em Chicago, e agora um membro da diretoria do UFODATA. “Mais declarações das testemunhas, onde elas preenchem um formulário e relatam a você o que viram, não irá nos ajudar a resolver o problema“, diz ele. O problema que Rodeghier está se referindo são os frequentes e inexplicáveis avistamentos do fenômeno aéreo.
O grupo que conta com aproximadamente 15 cientistas, engenheiros, astrônomos, professores e uma jornalista, pretende instalar uma série de estações de vigilância automatizada, carregadas com ferramentas científicas de pesquisa, em vários locais nas áreas quentes de avistamentos de OVNIs, tais como o oeste dos Estados Unidos e em Hessdalen, na Noruega. As estações serão usadas para fotografar objetos voadores não identificados e analisar a luz vinda deles, para que possa ser aprendido mais sobre as fontes de energia utilizadas por eles. As pessoas fizeram este tipo de coisa no passado, mas nunca antes de forma coordena e cientificamente rigorosa.
Os sensores que o grupo espera construir incluirão várias câmeras de alta resolução, equipadas com graduação espectrográfica, que é um método de análise do tipo de luz que a câmera está vendo, e as formas com que a energia poderia estar sendo afetada pela atmosfera ao redor da fonte de luz. Aqui está um video explicando o processo. Outros equipamentos incluem um magnetômetro, usado para medir a radiação eletromagnética, bem como um contador Geiger e uma estação climática.
“Nesta área da ciência (física, astronomia, etc.) a melhor forma de aprender sobre algo e de obter seus espectros“, disse Rodeghier. Ele comparar isto com um arco-iris, que são “espectros” da luz solar. “Você pode ver os elementos que o compõe, você também pode falar algo sobre sua temperatura e pressão. Há muitas, muitas coisas que você pode aprender dos espectros dos dados associados.”
Estes sensores são baratos. Cada um custará entre US$ 10.000 e US$ 20.000, disse o grupo, que espera angariar fundos através de crowdfunding (financiamento coletivo) e outras doações.
“UFODATA irá se basear em crowdfunding para financiar as estações, permitindo aos milhões de pessoas que levam os OVNIs a sério a se envolveram com o projeto, independentemente do estabelecimento científico“, escreveu Leslie Kean, uma jornalista estadunidense e autora do livro UFOs: Generals, Pilots and Government Officials Go on the Record. Após fazer cobertura do assunto por anos, ela agora também é membro da diretoria do UFODATA. Kean anunciou o projeto no seu blog do Huffington Post, no início da semana.
O grupo constituído de voluntários espera angariar fundos suficientes para construir uma estação protótipo, testá-la, e provar o conceito. No ano que vem eles planejam angariar fundos adicionais, disse Rodeghier, após o projeto ser melhor conhecido e uma equipe mais robusta de voluntários estiver estabelecida.
Rodeghier diz que dados mais confiáveis e mais científicos não somente avançarão a compreensão sobre os OVNIs, mas também poderão servir para persuadir o público em geral que este assunto merece um exame mais sério. Mesmo assim, os organizadores entendem que “a comunidade dos OVNIs e o problema que estes objetos constituem seja algo olhado com desprezo pelo que é chamado de estabelecimento“, disse Rodeghier. “Isto inclui cientistas, a grande imprensa, políticos, Washington. Todas essas pessoas – e estou falando de forma ampla porque sempre há exceções – pensam no problema dos OVNIs e riem dele; ele é ridicularizado e certamente não deveria ser financiado… Este problema é sério. Ele é como qualquer outro problema científico.”
Mas mesmo a nova organização tem que lidar internamente com o tabu da discussão científica dos OVNIs. A equipe inicial do UFODATA inclui quatro “conselheiros ocultos” – dois professores, um advogado e um astrônomo – que “estão preparados para dar uma mão, mas devido ao estigma cultural associado aos OVNIs – ou devido à preferência pessoal por anonimato – escolheram manter seu envolvimento privado“, de acordo com o site do grupo.
Fonte: www.motherjones.com
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