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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Sírius



No noroeste do continente africano, em Mali, vive a tribo dos dogons. São 300 mil pessoas espalhadas por 700 aldeias construídas nas encostas da montanha Bandiagara. A origem desse povo é incerta. Eles provavelmente migraram da Líbia para Mali há milhares de anos, embora alguns estudiosos sustentem que eles sejam descendentes dos egípcios.
Na década de 1930, dois antropólogos franceses, Marcel Griaule e Germain Dieterlen, resolveram pesquisar a cultura dogon e ficaram muito intrigados. A mitologia da tribo, que remontava a 3.200 a.C. afirmava que a Terra girava em tor­no do Sol, que Júpiter tinha quatro luas e que Saturno era cercado por anéis.
Mas os dogons eram mesmo obcecados pela estrela Sírius, que fica há 8,6 anos-Iuz da Terra. O calendário dogon baseia-se num longo ciclo de 50 anos, e a explicação, se­gundo os sacerdotes da tribo, é simples. Sírius é orbitada por uma anã branca, Sírius B, cujo movimento de translação dura 50 anos.
O curioso é que, embora os astrônomos europeus suspeitassem da existência de Sírius B desde o século 19, eles só concluí­ram que ela era uma estrela anã, extremamente densa e com­pacta, na segunda década do século 20. As lendas dogon, no entanto, contavam que Sírius B era tão pequena e tão pesada que todos os seres humanos juntos não conseguiriam carregá-Ia.
Os dogons atribuíam seus avançados conhecimentos aos deuses nommo, extraterrestres de Sírius que teriam visitado a Terra 5 mil anos atrás e ensinado os homens a viver em sociedade. Os nommo eram seres metade homens, metade peixes, que respiravam tanto na água quanto na terra firme.
Empolgado pela pesquisa dos franceses, o antropólogo inglês Robert K. G. Temple debruçou-se sobre o assunto e escreveu, em 1977, o livro The Sirius Mistery (Destiny Books). Temple encontrou referências aos homens-peixe espaciais na mitologia dos babilônicos (que os chamavam de oannes), acádios (que os chamavam de ea) e sumérios (enki). A con­clusão do pesquisador foi que os dogons e outros povos do Oriente Médio realmente mantiveram contato com criatu­ras extraterrestres há 5 mil anos, quando as primeiras civilizações humanas começavam a surgir.

Embora Temple seja um pouco mais respeitado do que outros teóricos do astronauta ancestral ele não escapou de ser ridicularizado pelo astrônomo Carl Sagan, que atribuiu o conhecimento cosmológico dos dogons a uma simples catequese cultural. Segundo Sagan, os dogons possivelmente tiveram contato com europeus que, percebendo a atração dos nativos por Sírius, resolveram incrementar as lendas locais com novíssimas informações astronômicas. Carl Sagan, só não conseguiu explicar a origem dos tabletes de argila dogons, alguns com mais de 400 anos, que retratariam Sírius B girando de forma elíptica em torno de Sírius.
Robert Temple não foi, entretanto, o único a se envolver com Sírius. O conspirólogo Gérard De Sède chegou a afirmar em La Race Fabuleuse (Editions J'ai Lu, 1973) que os anfíbios alienígenas geraram filhos com antigos israelitas da tribo dos benjamitas. Segundo De Sede, MARIA MADALENA seria descendente desses extraterrestres, assim como os misteriosos reis merovíngios franceses.
ALEISTER CROWLEY e outros autores esotéricos também se envolveram na trama ao afirmar que todo o conhecimen­to gnóstico tinha como origem os tais alienígenas de Sírius. Os anfíbios cósmicos também são associados às histórias do EXPERIMENTO FlLADÉLFIA e do PROJETO MONTAUK. Apa­rentemente, os seres de Sírius meteram a mão (ou a nadadeira) em tudo quanto é trama conspiratória que existe no mun­do. A confusão, porém, não deve durar muito mais tempo. Os dogons afirmam que os nommo voltarão em breve para reclamar seu controle sobre a Terra.

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