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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sonda encontra oxigênio em cometa


Cientistas da missão da sonda Rosetta encontraram oxigênio em uma nuvem de gás ao redor do cometa 67P. A descrição do fenômeno, publicada na edição desta semana da revista “Nature”, é a mais surpreendente constatada até agora no corpo celeste, descoberto em 1969.


Esta é a primeira vez que o oxigênio molecular, aquele que respiramos, é encontrado em um cometa. Até agora, estimava-se que o gás reagia rapidamente com outros elementos durante a formação dos corpos celestes, criando novos compostos químicos. Se o oxigênio é capaz de ficar mais tempo do que se imaginava no espaço, então é possível questionar até as atuais teorias sobre a construção do Sistema Solar.
Professora da Universidade de Berna (Suíça) e coautora do estudo, Kathrin Altwegg registrou a alta e permanente presença de oxigênio no cometa entre setembro de 2014 e março de 2015. Como a superfície do 67P está sempre em transformação, os pesquisadores concluíram que o oxigênio está presente em todo o corpo celeste.
— É a descoberta mais surpreendente que fizemos até agora no 67P, porque não esperávamos encontrar moléculas de oxigênio entre aquelas presentes em torno do cometa — alega. — Nunca poderíamos acreditar que o oxigênio poderia “sobreviver” por bilhões de anos sem combinar-se com outras substâncias.
De acordo com o estudo, partículas de alta energia presentes no espaço colidiram com grãos de gelo na nebulosa, que foi o berço frio e denso do Sistema Solar. Este choque teria criado moléculas de água, e o oxigênio ali presente teria ficado preso em bolhas dentro do gelo.
O oxigênio livre é o quarto gás mais comum em torno do cometa — perde apenas para o vapor d’água, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono.
Recentemente, a sonda da Agência Espacial Europeia constatou que, no cometa 67P, havia uma ampla gama de moléculas orgânicas, reforçando a teoria de que cometas e asteroides poderiam ter dado início à vida na Terra.

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