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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

UMMO


Em 1965, o ufólogo espanhol Fernando Sesma Manzano recebeu uma estranha ligação telefônica de alguém que se identificou como "DEI 98, filho de DEI 97”. DEI 98 dizia ser membro de uma expedição alienígena do planeta Ummo, localizado na órbita da estrela Wolf 424, a 14,6 anos-Iuz da Terra. Os ummitas haviam pousado nos Alpes franceses nos anos 1950 e desde então observavam o nosso mundo.
Preocupados com o destino dos terráqueos, eles resolve­ram contatar pessoas cuidadosamente escoIhidas e forne­cer informações vitais para a evolução humana.
Depois desse primeiro contato, dentistas, intelectuais e filósofos europeus passaram a receber cartas dos ummitas endereçadas da Austrália, Argentina, Nova Zelândia e Inglaterra. A correspondência abordava temas filosóficos, re­ligiosos, científicos e era assinada com este símbolo: )+(
A religião dos alienígenas era um tipo de cristianismo cósmico baseado na crença em um Deus único (Woa, na linguagem deles) e no sacrifício de um redentor (Ummowoa). Os conceitos científicos eram, por outro lado, bastante ori­ginais. Segundo os ummitas, não existe um universo, mas sim um multiverso de dez dimensões. Com capacidade de manipular partículas subatômicas, os extraterrestres transmutavam suas espaçonaves de matéria para energia, percorrendo distâncias absurdas em segundos.
Em fevereiro de 1966, a história ficou ainda mais com­plicada quando um disco voador com o símbolo )+( foi avis­tado em Madri. Em maio de 1967, outro OVNI com a mesma marca foi fotografado na capital espanhola. Pouco tempo depois, existiam várias seitas ufológicas baseadas em Ummo, como “Os amigos e irmãos dos Ummitas”, a "Fraternidade cósmica" e o "DEI 98”.
Nos anos 1990, o mistério foi finalmente decifrado. Parte dele, pelo menos. O psiquiatra espanhol José Luis Jordan Peña veio a público afirmar que Ummo era uma criação dele. Pena defendia a tese de que 79% dos seres humanos sofrem de paranóia. Para confirmar a teoria, ele e alguns colaboradores inventaram a correspondência dos ummitas. O disco voador que sobrevoara Madri era um aeromodelo remotamente controlado e as fotos do objeto eram simples montagens. Mas o psiquiatra diz ter perdido completamente o controle do experimento nos anos 1970, quando as cartas dos ummitas se multiplicaram exponencialmente, assim como o número de contatados. De uma certa forma, sua tese estava confir­mada: a humanidade era mesmo paranóica e estava disposta a acreditar em qualquer coisa. Ou a inventar qualquer coisa no que acreditar. A confusão, porém, não termina aí.
Para o controvertido ufólogo JACQUES VALLEE, José Luis Jordan Peña não e confiável. Segundo Vallee, o experimento do psiquiatra era certamente patrocinado pela KGB. O ufólogo afirma que a idéia do multiverso teria saído dos trabalhos (inéditos na época) do físico russo Andrei Sakharov. E que apenas a inteligência soviética poderia ter acesso a esses documentos. Vallee acredita que os cultos ufológicos são o ambiente ideal para espalhar desinformação e implan­tar idéias potencialmente subversivas. O experimento Ummo seria, portanto, uma forma sutil de CONTROLE MENTAL.




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