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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Engenheira relata experiência de quase morte

Na minha infância e adolescência, eu tive extraordinárias experiências que não conseguia explicar. Não me atrevia a contar aos outros, temendo ser ridicularizada por pessoas com pensamentos materialistas. Eu sou uma engenheira, e vivi minha vida com um amor pela matemática e física, mas eu nunca rejeitei a ideia de que esta não é a única vida que vivi.
Após muitos anos pensando, tive a sorte de encontrar a explicação para essas experiências em antigos ensinamentos chineses, mas isso é outra historia.
Eu nasci em um país comunista do Leste Europeu, onde a perspectiva materialista era muito forte. Minha primeira memória é de estar debaixo da mesa da casa de meus avós, quando a família se sentou em volta. Eu pensei comigo mesma: “Quem são essas pessoas? Esta família não é minha”.
Outra lembrança é de estar deitada em minha cama quando criança, e apertando minha mão para ver se esta vida não era um sonho. Eu tinha entre dois e três anos, e nada parecia real para mim. Com essa mesma idade, eu me lembro de pensar que meus verdadeiros pais viriam para me levar para casa, ou que eu iria acordar de um sonho, deixando essa família que eu não reconhecia como sendo minha. “É claro que meus verdadeiros pais vão vir me buscar”, eu pensava.
Imagem de uma criança deitada na cama via Shutterstock
Imagem de uma criança deitada na cama via Shutterstock
Este sentimento de certa forma me seguiu, a vida toda.
Quando eu tinha 22 anos, eu tive uma experiência extraordinária: Eu estava clinicamente morta, e então revivi. Durante o tempo em que vivenciei esta experiência de quase morte, eu estava sofrendo uma grande carga mental. Sentia uma luta interior com muitos pensamentos que surgiam.
Eu estava no metro e parecia que os meus pensamentos estavam se acelerando, como um grande motor trabalhando cada vez mais rápido, de repente, eu sabia que ia ser o fim.
Eu senti todas as funções do meu corpo parar uma por uma, e meu último pensamento foi que eu tinha que sair do trem do metrô. Eu tinha que chegar à plataforma, dando um grande passo para atravessar o espaço entre o trem e a plataforma. Saindo do trem, tudo se tornou negro em minha mente, e há um lugar vazio na minha memória.
Em seguida, eu vi meu corpo inerte, deitado sobre as cadeiras na estação de metro, com muitas pessoas ao meu redor, tentando me trazer de volta a vida.
Eu estava observando tudo de algum lugar acima, e ouvi as pessoas me chamando e falando comigo. Uma vizinha da minha mãe estava no meio da multidão, e me viu ali. Ela me chamou pelo nome que minha família me chama.
Eu vi e escutei tudo, mas eu não queria voltar. Por quê? Porque eu estava em uma dimensão especial, um mundo especial, sem medo, sem sofrimento, sem dor. Senti apenas uma felicidade que é difícil de explicar.
Livre de medo, dor e sofrimento.
Não era como as emoções experimentadas na vida, porque as emoções costumam variar de intensidade, para cima e para baixo. O que eu sentia era mais como um estado permanente de mente e coração. Se eu pudesse fazer um “gráfico da alma”, seria como um sentimento linear no ponto mais alto da felicidade, mas uma felicidade que transcende a felicidade terrena. Foi libertador.
Vendo todos tentando me trazer de volta à vida, eu disse: “Eu não tenho a menor intenção de voltar”.
Senti-me no meio, olhando para o meu corpo, e depois para um caminho de luz se estendendo para um céu muito azul. No final deste caminho, eu vi uma dama vestida de branco, com cabelos longos e pretos acenando para mim. A equipe de emergência ainda não tinha chegado e meu corpo começou a se tornar frio, duro e púrpura, as pessoas tentaram tudo o que podiam para me reanimar.
Depois de tentar medidas de primeiros socorros, alguém tentou alguns cheiros fortes, então um homem sem nada a perder, como último recurso, me deu um tapa forte no rosto. Acordei com o impacto.
Retorno à vida
Lembro-me da tristeza que senti quando eu voltei. Toda aquela felicidade se transformou em tristeza e ódio para com a pessoa que me trouxe de volta, e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.
Eu comecei a sentir o sangue circular, um monte de formigamento no meu corpo, e eu vi como meu corpo estava roxo. Meu corpo começou a voltar à cor normal. Eu não tinha forças para levantar. Meu coração estava tão pesado e eu só sentia tristeza por estar de volta a este mundo.
Apenas depois de uma década que eu entendi, olhando para trás, o porquê de eu ter voltado à vida. E posso ver que minha vida aqui ganhou sentido e eu valorizo muito a oportunidade que me foi dada pelo divino.

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