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sábado, 14 de março de 2015

Nossa vida é incrivelmente semelhante ao Matrix, explica renomado engenheiro

Engenheiro explica as semelhanças entre nossas vidas e um programa de computador (*Shutterstock)


Nosso mundo não é necessariamente um programa de computador projetado por robôs parasitários do futuro, como no filme Matrix. Porém, ele carrega uma impressionante semelhança com uma simulação digital ou um programa de computador, de acordo com o engenheiro Jim Elvidge.
Elvidge tem trabalhado com a tecnologia digital durante décadas. Ele possui mestrado em engenharia elétrica pela Universidade de Cornell, bem como diversas patentes em processamento de sinal digital, e tem publicado artigos sobre sensoriamento remoto, e outros tópicos relacionados em revistas e jornais. Combinando seus conhecimentos sobre sistemas digitais com mecânica quântica, Elvidge descobriu que podemos estar vivendo em algo como um programa de computador.
A matéria, as “coisas” que pensamos estar tocando e sentindo, é na verdade um espaço quase vazio. Os nossos sentidos nos enganam.
Os primeiros físicos retrataram os átomos como bolas de Pin-ball amontoadas, firmemente juntas para formar moléculas. Cientistas descobriram mais tarde que há um monte de espaço entre esses átomos. E dentro dos átomos, há um monte de espaço também. Quanto mais nos aprofundamos no mundo subatômico, mais espaço encontramos, e tudo parece menos material. O sólido e tangível se torna etéreo.
Topo: (Frank Peters/IStock/Thinkstock) Esquerda: (Dorling Kindsersley/Thinkstock) Centro: (Yasna Ten/iStock/Thinkstock) Direita: (Antares_J/iStock/Thinkstock)
Topo: (Frank Peters/IStock/Thinkstock) Esquerda: (Dorling Kindsersley/Thinkstock) Centro: (Yasna Ten/iStock/Thinkstock) Direita: (Antares_J/iStock/Thinkstock)
Quanto ao que esse espaço é exatamente, existem vários entendimentos e teorias. Elvidge entende serem dados. Elvidge acredita que, assim como os progressos da física das partículas, vamos encontrar que não há nada no final; matéria é apenas dados. E o que está por trás daqueles dados é algo como o código binário de um programa de computador. Além disso, a consciência humana pode viver em uma espécie de internet cósmica, apenas podendo ser acessada através da interface de nossos computadores cerebrais.
Um mundo de dados
Elvidge baseia-se nas ideias do físico teórico John Archibald Wheeler (1911-2008) que escreveu em seu livro “Geons, Black Holes and Quantum Foam: A Life in Physics” (Geons, Buracos Negros e Espuma Quântica: Uma Vida na Física): “Não é razoável imaginar que a informação se situa no centro da física, da mesma forma como ela se situa no centro de um computador”.
 John Archibald Wheeler (Emielke/Wikimedia Commons)
John Archibald Wheeler (Emielke/Wikimedia Commons)
Wheeler resumiu sua teoria com as palavras “It from bit” (Coisas de bit).
Tudo é feito de bits; a palavra “bit” é definida como uma unidade básica de informação, também chamada de dígito binário, usado em conexão de computadores.
Em seu artigo “Information, Physics, Quantum: The Search for Links” (Informação, Física, Quântica: A Busca por Ligações), Wheeler escreveu: “Cada ‘coisa’ – toda partícula, todo campo de força, até mesmo o espaço-tempo contínuo – deriva suas funções, seu significado, inclusive toda a sua existência (mesmo que indiretamente em alguns contextos) do aparato de repostas suscitado por questões sim-ou-não, escolhas binárias, bits. “It from bit” simboliza a ideia de que cada item no mundo físico, no fundo, bem no fundo na maioria dos casos, possui uma fonte imaterial e explicações; o que chamamos de realidade surge em última análise a partir do levantamento de respostas sim-ou-não e do registro de respostas equivocadas.”
Nas escolhas binárias, as questões sim-ou-não, a consciência humana pode afirmar o seu livre-arbítrio. Wheeler nomeou isso de “universo participativo”. Elvidge chamou de “realidade digital orientada pela consciência”.
 Códigos binários (Shutterstock)
Códigos binários (Shutterstock)
Os físicos quânticos tem mostrado que a matéria existe em um estado indeterminado ou oscilante até que um observador fixe-a de alguma forma particular. Por exemplo, fótons podem existir tanto como ondas como em forma de partículas, mas é o ato de observar que determina qual a forma que vão assumir; é a consciência humana que impulsiona a mudança.
Aqui está um experimento de pensamento para ilustrar como Elvidge aplica estas observações da física quântica na nossa realidade diária em um “sistema digital”.
Um experimento do pensamento
 Flor (Shutterstock)
Flor (Shutterstock)
Finja que seu entorno agora faz parte de uma realidade virtual. A caneta sobre a mesa ou a flor no jardim pode existir de uma forma essencialmente indeterminada. Tudo o que é necessário é a informação, ou bits, que determina a sua aparência exterior. Somente quando você abrir a caneta ou olhar para as pétalas das flores através de um microscópio, é que o programa precisará preencher mais dados.
Algo se torna “real” apenas quando alguém o observa. Caso contrário, o interior da caneta ou a estrutura molecular da flor vão existir como uma espécie de potencial indeterminado. Elvidge compara isso à maneira que as partículas subatômicas se transformam de forma indeterminada ou oscilante para uma forma mais estável após observação.
Como seu cérebro se parece com um computador
 (Vladgrin/iStock/Thinkstock)
(Vladgrin/iStock/Thinkstock)
Elvidge diz que a consciência não se origina no cérebro. Ela é acessada através do cérebro. A consciência poderia existir em algo como uma rede de internet. Ele diz que podemos chamar essa rede de origem, Deus ou divino, se quiser, embora ele não use essas palavras.
“O cérebro é como um cache”, disse ele. “Em nossos navegadores, temos caches dos websites que navegamos recentemente… O cache é uma maneira eficiente de processar informações e nossos cérebros podem estar fazendo a mesma coisa”.
Além disso, se a consciência existe em uma rede, ela pode acessar informações além do cérebro, além da experiência da própria pessoa. Ele incentiva os outros a ouvirem mais a intuição.
“Algumas perguntas sobre esse problema podem estar embaladas em algum lugar em seu cérebro, ou não”, disse Elvidge. “Se você meditar e pedir ajuda para resolver um problema, muitas vezes você consegue essa ajuda”. A inspiração pode vir de outras pessoas ou até de outras entidades na internet cósmica onde a consciência reside.
Sua compreensão do universo como um sistema digital não significa que ele exista como algo duro, frio e mecânico. Ainda há muita beleza neste “laboratório digital de aprendizagem que chamamos de vida aqui na terra”, disse Elvidge. Há espaço para a espiritualidade e o divino nesse conceito de realidade digital.
Pode ser digital, mas também pode ser ‘espiritual’
 (Agsandrew/iStock/Thinkstock)
(Agsandrew/iStock/Thinkstock)
Elvidge citou evidências de reencarnação, incluindo a declaração do Jornal da Associação Médica Americana em 1975 em relação à pesquisa sobre reencarnação realizada pelo Dr. Ian Stevenson: “No que diz respeito à reencarnação, ele tem cuidadosamente e sem sentimentalismo coletado uma série de casos detalhados… cujas evidências são difíceis de explicar em outros termos”.
“Não há nada como a morte, é apenas terminar com esta simulação”, disse Elvidge, observando que “simulação” tem certas conotações que preferia evitar, mas para simplificar o conceito ele utiliza esta palavra. “Espiritual” também é uma palavra com certas conotações, disse ele, embora sua teoria digital incorpore muitos fenômenos que as pessoas consideram espirituais.
Niels Bohr, um dos pais fundadores da física quântica, encontrou na antiga ciência chinesa do Taoismo verdadeiros princípios da dualidade e interconectividade. Chamando de Yin e Yang ou código binário, você está tentando descrever a natureza fundamental da realidade.
No que diz respeito à antiga sabedoria das práticas espirituais, Elvidge diz, “Essas coisas não vieram do nada, elas vieram da experiência das pessoas”. Elas podem certamente carregar alguma verdade e não deveriam ser tão facilmente descartadas.
A esquiva Teoria de Tudo?
Elvidge espera que a teoria de uma realidade digital dirigida pela consciência possa ser considerada como a tão procurada Teoria do Tudo. Os físicos têm procurado por uma Teoria de Tudo para conciliar as divergências aparentes entre a física clássica e a física quântica. Elvidge disse que a teoria digital reconhece os fenômenos observados em ambas físicas.
Olhando para a história da ciência e traçando seu potencial curso futuro, Elvidge disse que podemos esperar uma grande mudança em breve. No passado distante, ele disse que os humanos viam o mundo com fronteiras tribais. Mais tarde, as pessoas perceberam que haviam vários continentes, outros planetas, um sistema solar e uma galáxia. Agora, os físicos estão falando sobre outros universos. Se você traçar essas expansões de forma logarítmica, disse Elvidge, vai formar uma linha reta. Ele disse que nós estamos “exponencialmente alargando os limites de nosso pensamento”.
Elvidge disse que há dois tipos de dados. Os dados que descrevem nossos corpos ou uma árvore, por exemplo, podem ser comparados com os dados que descrevem um arquivo de imagem (JPEG) ou um arquivo de música (MP3). Este tipo de dado nunca é referido como um código. “Embora a palavra ‘código’ possa ser usada como ‘algo que codifica’, então de algum modo, o ‘código digital’ de uma árvore pode ter tal significado”, disse ele. Código binário em um programa de computador se refere aos dados que são executados por um computador. Nesse sentido, nossa consciência pode emergir dos dados de um grande sistema, e as ‘coisas’ de nosso mundo seriam determinadas e trabalhadas por este código binário.

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