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segunda-feira, 9 de março de 2015

Realidade: uma mera ilusão – Parte 2

Mulher vê uma obra durante a exposição 'Andanças sobre os Sentidos' em maio de 2013, na Alemanha (Michael Urban/AFP/Getty Images)


“Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados” — Platão, em “A República”
Sombras e cores luminosas são projeções grosseiras de uma realidade “mais real”. O universo em que vivemos se mostra como uma ilusão, onde os corpos, mentes e planetas são partes de um grande truque de mágica sem um mágico ou uma audiência.
Cientistas em Hanover, na Alemanha, trabalhando no GEO 600, que é um instrumento que detecta ondas gravitacionais, acreditam ter descoberto uma “granulação” no espaço-tempo que indica que o nosso universo não é nada mais do que um gigante holograma.
Os responsáveis pelo GEO 600 acreditam que, da mesma forma que imagens digitais perdem a resolução quando ampliadas significativamente, a interferência captada no detector poderia ser interpretada como uma resolução limitada do que o universo pode fornecer aos olhos humanos. Há um ponto exato no qual o holograma da realidade começa a se “pixelizar”.
Os cientistas suspeitam que a precisão do GEO 600, capaz de detectar variações em ondas longitudinais na escala subatômica, serviu para descobrir os menores grãos que compõem o universo holográfico tridimensional, projetados a partir dos limites bidimensionais de seu interior.
Mulher experimenta um espelho durante a exposição 'Andanças sobre os Sentidos', em maio de 2013, na Alemanha (Matthias Hiekel / AFP / Getty Images)
Mulher experimenta um espelho durante a exposição ‘Andanças sobre os Sentidos’, em maio de 2013, na Alemanha (Matthias Hiekel / AFP / Getty Images)
Você e eu, apenas hologramas
A ideia de um universo holográfico não é nova. Na década de 1990, os cientistas Leonard Susskind e Gerard Hooft sugeriram que o mesmo princípio que faz uma imagem bidimensional em uma superfície plana parecer tridimensional pode ser aplicado ao universo inteiro.
Então, porque os nossos sentidos percebem a realidade de maneira tão distinta e “volumosa” de formas, se aparentemente não somos mais do que sombras em uma tela plana? O problema pode estar em nossos olhos humanos, e nossas poderosas lentes de telescópio estão em conformidade com a realidade deste holograma do resto do universo.
O segundo ponto a considerar é que o nosso cérebro orgânico está imerso na ilusão, sem nunca ser capaz de interpretar o universo com um maior ou menor número de dimensões que possam ser percebidas.
O neurologista Karl Pribram, fundador do Centro de Estudos Cerebrais da Universidade de Radford na Virginia, pensa que os nossos cérebros são hologramas que interpretam um universo holográfico, matematicamente construindo a realidade através da interpretação de frequências que chegam de outras dimensões, um reino da realidade significante que transcende o espaço e o tempo.
Ainda assim, a teoria de um universo holográfico de apenas duas dimensões especiais conflita com as teorias multidimensionais que se originam das raízes da teoria das supercordas. Antes do marco de uma hipótese díspar, muitos cientistas já suspeitavam que o universo fosse um holograma ou ilusão criado a partir de partículas no vazio. No entanto, todos os esforços dos cientistas para compreender a verdade em meio à miragem ficaram presos numa coleção frustrante de teorias improváveis.
Muitos teóricos de vanguarda pensam que a brecha perturbadora no campo da física quântica e da relatividade poderia explicar fenômenos historicamente questionados no campo científico, como estes em que a mente parece não estar associada ao cérebro, experiências de quase morte, visão remota e precognição.
Em qualquer caso, a alegoria da caverna de Platão parece ser a opção mais racional agora para explicar estas experiências diárias que os nossos cérebros interpretam como sendo aparências reais do mundo.

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