Implantar memórias em humanos para que aprendam em cinco minutos como pilotar um helicóptero, ou para que deletem acontecimentos ruins de suas vidas parece mais coisa de filme de ficção científica, como em A Origem, O Vingador do Futuro ou Matrix. Agora, pela primeira vez, cientistas inseriram memórias conscientes nas mentes dos ratos enquanto eles dormiam, e os resultados se mostraram promissores. O feito dá esperança para que um dia a mesma técnica possa ser usada para alterar as memórias humanas, ajudando as pessoas a superar eventos traumáticos.
O cérebro, normalmente, reproduz as atividades do nosso dia a dia enquanto dormimos e nos permite reforçar e aprender uma nova atividade, por exemplo. Os especialistas concluíram que o mesmo ocorrem com animais, como os roedores. De acordo com o estudo, quando este processo de repetição é interrompido em roedores, o mesmo acontece com a sua capacidade de lembrar o que aprenderam, de acordo com publicação da New Scientist.
Cientistas de Física e Química do Instituição de Ensino Superior em Paris, França, usaram este processo de repetição para criar novas memórias no cérebro de ratos enquanto dormiam. O experimento foi focado nas células de localização - que são neurônios acionados quando pensamos ou estamos em um lugar específico - e que ajudam os animais e os seres humanos a formar mapas mentais.
O estudo monitou a atividade destas células por meio de eletrodos enquanto os ratinhos exploravam uma nova área. Quando os ratos dormiram, foi monitorada a atividade cerebral dos bichinhos no momento em que a célula de localização foi acionada. Então, um eletrodo estimulou as áreas do cérebro ligadas à recompensa.
Quando os ratos acordaram, eles, imediatamente, correram para o local recém descoberto, que estava ligado ao sentimento de premiação, mostrando que ali havia uma lembrança agradável desse lugar, criada pelos cientistas.
Embora esta seja a primeira vez que uma memória consciente tenha sido implantada durante o sono, os especialistas já conseguiram criar associações subconscientes nas mentes de pessoas dormindo – por exemplos, fumantes associam o cheiro dos cigarros a ovos podres.
Os pesquisadores acreditam que pode levar anos até que a técnica seja adaptada para implantar diferentes tipos de memórias, como habilidades, por exemplo. Inicialmente, poderia ser desenvolvida uma aplicação para alterar as memórias traumáticas em pessoas. Acredita-se que pensamentos positivos possam ser anexados a memórias negativas para impedir as pessoas de terem pesadelos ou que pensem em coisas perturbadoras. O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.
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