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quinta-feira, 9 de abril de 2015

O que é a Ayahuasca?


Muito provavelmente parece (minha crença pessoal) que o cérebro humano é de alguma maneira atrofiado, e que o processo xamânico de re-introduzir DMT usando Ayahuasca tem o efeito de “ligar” a Pineal de uma maneira extraordinária. Outros estudos foram conduzidos e sugerem que os cérebros pós-Ayahuasca encontram-se literalmente “re-configurados” (novas sinapses). Além disso, as propriedades de cura física da Ayahuasca são extraordinárias, para dizer pouco. Ela tem sido investigada como um possível tratamento eficaz para o Mal de Parkinson e depressão, por exemplo.
A Ayahuasca é uma bebida psicoativa milenar utilizada ritualisticamente por diversas culturas ao longo do tempo. Constitui-se em um líquido ocre-amargo preparado a partir da cocção de um cipó, de nome cientifico Banisteriopsis caapi, comumente conhecido como Mariri ou Jagube e das folhas de um arbusto cujo nome científico é: Psychotria viridis e que é comumente conhecido como Chacrona ou Rainha; plantas estas naturais da Floresta Amazônica. Seu uso ritual remonta à pré-história e atualmente encontra-se difundido por diversas partes do Brasil e do Mundo. É dotada de um elevadíssimo poder astralizador, é uma ferramenta que pode potencializar certas práticas gnósticas – e de outras correntes – se utilizada com consciência, facilitando a percepção prática e direta da espiritualidade.
Ayahuasca é uma palavra de origem quíchua. Aya quer dizer pessoa morta, alma, espírito e, huasca significa corda, liana, cipó. Assim poder-se-ia traduzir Ayahuasca em português como corda (liana, cipó) dos espíritos (da alma, dos mortos). Existem ainda outras traduções para o termo como: vinho da alma; o termo é um dos mais utilizados para designar esta bebida psicoativa. Existem, porém, dentro dos diversos contextos culturais, outras nomenclaturas para esta bebida, como por exemplo: Caapi, Yagé, Kamarampi, Honixua, Natema, Hoasca, Vegetal, Daime, dentre outros.
Em relação à Ayahuasca, o trabalho científico mais importante que procurou estudar sua psicofarmacologia foi o trabalho organizado por Charles Grob (1996), com duração de dez anos e titulado de “Projeto Hoasca”, onde participaram 20 pesquisadores de diferentes áreas (psiquiatria, psicologia, química, botânica, medicina e outras) pertencentes a doze centros de pesquisa. Neste estudo foram avaliados quinze homens que freqüentavam o núcleo da União Do Vegetal (UDV) de Manaus-AM e que ingeriam regularmente a Ayahuasca há mais de cinco anos e quinze indivíduos que nunca haviam ingerido Ayahuasca, também do sexo masculino formando assim um grupo-controle. Estes indivíduos receberam uma avaliação psiquiátrica, uma avaliação de personalidade, uma avaliação da intensidade da experiência psicoativa e testes neuro-psicológicos. Estudou-se também a Ayahuasca, seus componentes bioquímicos, assim como as plantas ingredientes dessa bebida. Dentre outros resultados significativos, a pesquisa indicou que a Ayahuasca não causa dependência química/psicológica em seus usuários e que sua toxidade para o organismo humano é comparável com a do suco de maracujá, ou seja, o resultado da pesquisa indicou a inocuidade, a inofensividade dessa bebida.
Banisteriopsis caapi – cipó utilizado na preparação do chá Ayahuasca
Psychotria viridis – planta da família Rubiácea, suas folhas são utilizadas na preparação da Ayahuasca.
O efeito psicoativo produzido pela Ayahuasca em seus usuários está relacionado com a DMT, substância de estrutura molecular semelhante à da Serotonina , presente na Psychotria viridis e que se for administrada isoladamente por via oral é inativada pelas enzimas monoaminoxidases (MAO) existentes no corpo humano. A Ayahuasca, sendo assim, só é ativa por ser uma mistura das duas plantas, na qual os componentes beta-carbolínicos do Banisteriopsis caapi possuem um forte efeito inibidor das MAO, permitindo que a DMT permaneça ativa no organismo humano. Ou seja, um chá preparado somente do cipó ou das folhas separadamente, não teria efeitos psicoativo no organismo humano, somente as duas plantas juntas geram esse efeito.
Um fato interessante é que as duas plantas ingredientes da Ayahuasca não são comumente encontradas em mesmas regiões da floresta amazônica, podendo ser separadas por centenas de quilômetros de mata espessa. Isto leva-nos a indagar como sem conhecimentos farmacológicos, as populações pré-colombianas e indígenas realizaram esta combinação das duas plantas, entre um universo de milhares de espécies vegetais.
Entre as diversas tribos da bacia Amazônica, a Ayahuasca é percebida como uma poção mágica inebriante, de origem divina, que facilita o desprendimento da alma de seu confinamento corpóreo, voltando ao mesmo conforme a vontade e carregada de conhecimentos sagrados. Entre os nativos é usada para propósitos de cura, religião e para fornecer visões que são importantes no planejamento de caçadas, prevenção contra espíritos malévolos, bem como contra ataques de feras da floresta.
Para o antropólogo Edward Macrae (2002), as plantas, que compõe a Ayahuasca, são tidas como sagradas e estão colocadas a serviço da comunidade que a usa, não possuem um caráter anti-social e representam um elo entre o universo profano e o sagrado. É uma das formas nas quais os homens penetram no mundo dos espíritos, no conhecimento esotérico.
Terrance McKenna disse: “Uma coisa é quando você se torna interessado nas plantas (Ayahuasca) e outra coisa é quando as plantas se tornam interessadas em você.” De alguma forma, o mistério dessa mudança de era está contido no fato de que as plantas são sensitivas. Elas possuem uma consciência coletiva. Algumas plantas nos nutrem. Algumas são usadas para curar nossos corpos físicos. E outras plantas são remédios (medicina) para a alma. Elas nos ensinam o caminho de volta para o divino em nós. Elas infundem nossa consciência com a consciência da natureza.
A utilização da Ayahuasca pode melhorar a percepção dos seres, e através disto, melhorar a percepção daquilo que é existente, assim como o é a espiritualidade, além de que, a reunião de seres em busca do autoconhecimento regularmente, faz com que o plano espiritual sempre esteja atento para enviar auxílio ao desenvolvimento destes seres.


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