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segunda-feira, 4 de maio de 2015

CRUZADAS


Nunca é fácil entender os verdadeiros motivos de determinado evento histórico sem levar em conta o que pensavam, como agiam e em que acreditavam os povos da época. Mas no caso da primeira cruzada, as razões são conhecidas. O Império Romano do Oriente já não tinha forças para manter o controle político e militar dos seus territórios, deixando tradicionais rotas de comércio sem proteção. O caminho até a Palestina, que também era uma rota de peregrinação, ficava cada vez mais perigoso sem a presença dos bizantinos. Em 1078, colapso total: os turcos otomanos tomaram Jerusalém e fecharam a igreja do Santo Sepulcro.
O pedido de socorro feito pelo imperador Alex Comneno ao Ocidente chegou na hora certa. O papa Urbano II estava de saco cheio de ver senhores feudais se matando por motivos fúteis. Ele precisava de uma causa comum para unir aqueles bárbaros beligerantes, e uma peregrinação armada à Terra Santa pareceu uma excelente idéia.
O papa pregou a cruzada na cidade francesa de Clermont, em 1095. A alta nobreza não se sensibilizou muito com a sorte dos cristãos de Jerusalém, mas a pregação teve um insuspeito apoio popular. Nobres menores, sem direito á sucessão ou à propriedade, viram no movimento uma oportunidade para subir na vida. E um pregador popular fanático e maluco conhecido como Pedro, o Eremita, se encarregou de incendiar a imaginação popular contra os sarracenos.
A primeira cruzada era composta por um bando de pobres maltrapilhos e cavaleiros desorganizados, como é contado no divertido A Viagem Prodigiosa (Objetiva, 1995). Jerusalém foi tomada quase por acaso em julho de 1099. Depois de matar todos os sarracenos, judeus e cristãos ortodoxos que estavam na cidade, numa das maiores carnificinas da história das religiões, os conquistadores resolveram eleger um rei. Muitos dos nobres envolvidos na cruzada queriam apenas voltar para casa com o saque acumulado e, portanto, não havia muitos candidatos ao posto. O escolhido foi Godofredo de Bouillon, o alto e bonitão duque de Lorena, espécie de Richard Gere das cruzadas. Godofredo, como um bom herói romântico, recusou ser chamado de rei e adotou o título de Defensor do Santo Sepulcro.
Isso é o que diz a história oficial. Os autores de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada (Nova Fronteira, 1993) dizem outra coisa. Segundo eles, a primeira cruzada não foi realizada para libertar a Cidade Santa. Em vez de uma marcha fanática e pouco planejada, ela teria sido cuidadosamente calculada pela poderosa organização secreta PRIORATO DE SIÃO. O objetivo era fazer de Godofredo de Bouillon o rei de Jerusalém, pois ele era um descendente da DINASTIA MEROVÍNGIA e, portanto, da linhagem sagrada de Jesus Cristo, um herdeiro da Casa Real do Rei Davi.
Além da coroação de Godofredo, o Priorato - ou seu braço armado, os cavaleiros TEMPLÁRIOS - pretendiam realizar escavações nas ruínas do templo de Salomão, onde esperavam encontrar certos tesouros perdidos. Um desses itens seria a lendária Arca da Aliança, supostamente encontrada e levada para a Europa.

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