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terça-feira, 5 de maio de 2015

Supervácuo espacial absorve energia da luz


O Universo é um lugar escuro e frio. Mas ele tem uma estranha região que é ainda mais fria que a média. Vista da Terra, essa é uma área em que a radiação cósmica de fundo ambiente – a energia térmica que restou do Big Bang – é muito mais baixa que o esperado. Agora astrônomos declaram ter encontrado, nessa mesma parte do espaço, algo chamado de “supervácuo” – uma grande área quase completamente sem galáxias. E eles acham que essa sobreposição não é coincidência.

O supervácuo se estende por 1,8 bilhão de anos-luz, o que talvez o torne a maior estrutura conhecida no Cosmos, de acordo com um relatório publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A relativa falta de matéria dentro do supervácuo poderia ter absorvido energia da luz que passou por ele, explicando porquê a radiação cósmica de fundo é mais tênue por lá. É assim que funciona:

A relatividade geral nos diz que a gravidade curva o espaço-tempo, fazendo com que a luz viaje em uma rota curvada perto de objetos massivos, como se estivesse caindo em uma tijela. Assim, o supervácuo, com sua falta de massa, é semelhante a uma colina. Quando a luz viaja para o alto dessa colina, ela perde energia.

Normalmente ela recuperaria a energia após sair do vácuo – isto é, quando desce pelo outro lado da colina. Mas como a expansão do espaço está acelerando, a colina que a luz precisa descer é menos íngreme que aquela que precisou escalar. E essa descida mais plana significa menos energia recuperada em relação à que foi gasta para subir. O que se traduz em uma região de baixa energia – um grande gelo no que restou do Big Bang.

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