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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Contatos Imediatos


Na noite de 20 de junho de 1974, mais de mil pessoas acompanharam nos céus de São Paulo os movimentos de misteriosos objetos luminosos. 
A "coisa" ora movendo-se a grande velocidade, ora parando a baixa altura, foi descrita como "arredondada" e "luminosa" por todas as pessoas que a viram. E entre elas havia médicos, engenheiros, um piloto particular. E mais de cem policiais, que comunicaram as estranhas evoluções pelos rádios de 35 viaturas. 
Os depoimentos gravados dessas testemunhas coincidiram em todos os pontos principais, e as autoridades se encontraram diante de uma pergunta que era necessário responder: que misterioso 
fenômeno era aquele? 
Acontece que, mais de três meses depois, todas as explicações propostas ainda não conseguiam convencer ninguém inteiramente. Segundo um porta-voz da Força Aérea Brasileira, a luminosidade vista no céu seria a de gases queimados da refinaria de Capuava. Para o diretor do Planetário de São Paulo, Prof. Aristóteles Orsini, todo mundo teria assistido apenas a um fenômeno óptico conhecido por "espelhismo". E conforme o técnico Luís Alberto Vieira Dias, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as centenas de olhos paulistanos teriam visto apenas, "um fenômeno natural". É bem verdade que a existência do radar do aeroporto de Congonhas poderia ajudar muito na solução do enigma, mas - por mais incrível que possa parecer - ele permaneceu completamente desligado durante as duas horas em que o fenômeno aconteceu.  
Tudo apurado do episódio, uma coisa porém ficou fora de dúvida: algo de bem real andou brilhando nos céus de São Paulo, naquela noite, pois a luminosidade chegou a ser fotografada, e a impressão na película dos filmes desmente qualquer hipótese de histeria coletiva. O que era esse "algo" talvez nunca venhamos a saber: ele se transformará em mais um caso na imensa lista de fenômenos observados por milhares e milhares de pessoas, desde o século passado, nos céus de todo o mundo. E, embora tudo acabe parecendo uma repetição dos fatos narrados por H. G. Wells em seu livro "A Guerra dos Mundos", muita gente continua a acreditar, firmemente, que tais fenômenos referem-se a coisas mais concretas do que os marcianos criados pela fértil imaginação do escritor inglês. 
Pessoalmente, dizia Roberto Pereira - jornalista da Revista Nova - eu me enquadro na legião de curiosos que desejam apenas conhecer a verdade. Nunca vi um dos chamados "Discos Voadores", embora conheça gente séria que já os viu. Nunca me filiei a qualquer das organizações particulares que estudam o assunto, mas sei que existem outros grupos de estudos, bem dotados funcionando em vários países sob a chancela da Segurança Nacional. Prefiro, continua, pensar como os espanhóis: "Yo no creo en brujas, pero que las hai, las hai." 
Como explicar, por exemplo, o caso do vigia Almiro Martins de Freitas, guarda da Usina Hidrelétrica do Funil, temporariamente cego e paralisado por um misterioso objeto, em dezembro de 1970? Segundo seu testemunho, e a observação de outras pessoas, um Disco Voador sobrevoou a represa pela madrugada e, poucos minutos depois, o guarda foi encontrado desacordado e queimado sobre o paredão da represa. Ao recobrar os sentidos, declarou ter sido atingido por um "jato fortíssimo de 
luz e calor, lançado por um Disco Voador". 
A explicação oficial de que o guarda Almiro fora atingido por um raio foi desmentida pelo exame dos registros da usina: o controle da eletricidade estática não revelava nenhuma sobrecarga. e ninguém viu relâmpago algum. Levado para o hospital da Cruz Vermelha, e posto sob observação em isolamento médico, o vigia acabou recuperando a visão, mas ninguém teve condições de explicar o que realmente aconteceu com ele. 
Dois anos antes desse episódio inexplicado, os especialistas da Central de Investigações de Objetos Aéreos Não Identificados ( a CIOANI, órgão oficial criado em 1968, e subordinado ao Comando da IV Zona Aérea de São Paulo) já haviam tomado conhecimento de outro caso igualmente intrigante. Exatamente às 4h 30m da madrugada de 24 de agosto de 1968, Dona Maria Cintra, enfermeira residente do Hospital Clemente Ferreira, da cidade paulista de Lins, ouviu na parte exterior do pré-
dio alguma coisa completamente fora de sua rotina: era o ruído de como que uma freada de carro, bem embaixo da janela de seu quarto. O hospital ficava exatamente a 5 quilômetros do centro 
da cidade em local bastante silencioso, e Dona Maria Cintra estava acordada, de plantão. 
Abrindo então a janela para verificar o que se passava, a enfermeira deu com uma mulher parada embaixo. Perguntou o que desejava, mas, como não obteve resposta, vestiu uma capa e desceu para atendê-la. Ao chegar diante da mulher - que vestia uma roupa estranha - Dona Maria perguntou-lhe novamente o que desejava. Então, a mulher estranha, após uma série de palavras incompreensíveis, apontou para uma garrafinha de vidro toda trabalhada. Imaginando que se tratava de alguma turista 
estrangeira que desejava água, a enfermeira levou-a até o bebedouro existente na portaria do hospital. Após encher a garrafinha da desconhecida (que bebeu ela própria um pouco de água, dando sinais de satisfação), acompanhou-a até a parte de fora do prédio. A mulher, repetindo várias vezes, a palavra "empavra", e batendo-lhe amigavelmente nas costas, ficou um momento observando os carros dos médicos de plantão e do administrador. 
Depois, com um aceno, caminhou junto ao jardim onde, pela primeira vez, a assustada enfermeira viu um objeto escuro "parecido com uma pêra enorme", com uma ponta ou tampa aberta do lado. A mulher entrou ajudada por outra pessoa que a aguardava à bordo do veículo. Logo o aparelho levantou vôo com um ruído de freios patinando e desapareceu completamente na noite de Lins. 
Só então, percebendo a extensão do mistério, Dona Maria, chorando e gritando, acordou o médico de plantão e diretor, que a princípio não quis acreditar em sua história. Logo depois, ao examinar o local apontado pela enfermeira, o médico viu as três marcas deixadas pelo aparelho no chão, e as pegadas da mulher na terra úmida. O diretor do hospital interditou a área e comunicou o fato às autoridades da FAB, que vieram examinar o local da descida do objeto misterioso - mas nunca revelaram nada sobre as suas conclusões. Quanto ao diretor, Dr. Alberto Prata - que declarou ser "Dona Mariquinha" pessoa de toda a confiança - mandou submeter a enfermeira a exame psicológico, apesar de saber que ela não era dada a leituras e nunca inventara histórias antes. Resultado do exame: Dona Maria Cintra era absolutamente normal, mas apresentou sintomas de ter sido "abalada por alguma experiência terrível." 

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