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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ÓVNIS no Brasil


Era mais ou menos uma hora da manhã do domingo de 12 de março de 1978, quando milhares de pessoas no Rio, São Paulo, Minas, Brasília e até no extremo norte, Manaus, presenciaram um fenômeno aéreo - não identificado - que, obviamente, no dia seguinte, ganhou destaque nas manchetes dos jornais como discos voadores. O dado mais importante, contudo, inegavelmente, fica por conta da coincidência: em todos os estados, onde eles misteriosamente apareceram, o fizeram à mesma hora e com formatos absolutamente semelhantes. Os testemunhos se repetiam em milhares de depoimentos: aparecimento repentino com duração de mais ou menos quinze segundos, deslocamentos em formação de esquadrilhas, luz intensa (e indefinida, na maioria dos casos) sendo que um deles se destacava dos demais, dando nítida impressão de ser uma nave-mãe. 
Se no Rio, o chefe dos astrônomos do Observatório Nacional, o cientista Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, preferiu ser excessivamente cauteloso em sua análise do fenômeno garantindo que brevemente teria pronunciamento oficial sobre seu relatório por parte das autoridades do Smithsonian Institute, dos Estados Unidos, em Brasília e em São Paulo as autoridades da Aeronáutica, de forma preconceituosa não se preocuparam em desmentir os comunicados divulgados pela imprensa. De certa forma, pela primeira vez, publicamente, davam uma espécie de aval aos incontáveis depoimentos que se avolumam em seus arquivos, muitos ainda confidenciais. É claro, nessa hora também não faltaram os enviados extraterrestres e contatos interplanetários que, em geral, nessas horas, ocupam seus espaços nos jornais de maior abrangência. Da mesma forma, aliás, como quatro 
semanas antes, as agências noticiosas internacionais (UPI-AP-France Press) deram destaque ao fato de o presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, ter dedicado seu fim de semana ao conhecimento completo dos estudos oficiais norte-americanos sobre os Objetos Voadores Não Identificados pesquisas coordenadas pela NASA e CIA e que incluem relatórios minuciosos sobre as diversas posições oficiais de Governos (notadamente URSS, França, China, Bélgica e Inglaterra) quanto à controvertida questão dos disco 
voadores. Em suas entrevistas à imprensa o Presidente dos Estados Unidos jamais negou terem sido ele e sua mulher Roselyn, testemunhas de uma dessas misteriosas 
aparições que durante longos minutos se pôs a sobrevoar os céus de seu estado, Georgia. Desde então, segundo seus assessores mais íntimos, prometeu a si mesmo que abordaria o tema em 
nível oficial durante sua carreira política. 
Também no Brasil a questão já mereceu enfoque menos especulativo. Isso ocorreu quando da vinda ao país do cientista norte-americano Joseph Allen Hynek, astrofísico, que se encarregou de estudar, na NASA, o problema OVNI. Não somente o próprio Ministério da Aeronáutica como o Serviço Nacional de Informação (SNI)souberam se posicionar ante o tema. E isso, tal como alguns anos antes, havia ocorrido em troca de correspondência que levava o carimbo Confidencial, da Marinha de Guerra do Brasil comunicando ao Governo dos Estados Unidos investigações oficiais e fotos de um Objeto Voador Não Identificado, que sobrevoara um de seus navios de guerra. O fato mantido no mais absoluto sigilo, embora a imprensa tenha tido acesso às fotos por ordens expressas do então Presidente Juscelino Kubitschek, só ficou conhecido, em detalhes, no Brasil, depois que foi oficialmente divulgado por revistas especializadas dos Estados Unidos e da Argentina. 
A partir de então ficou evidenciado o comportamento oficial do Governo Brasileiro diante de um fenômeno que começava a transpor a inicial barreira do ridículo, não obstante os tantos anos de idôneos depoimentos. 
Em Brasília onde, não obstante a insistente evidência de manutenção de sigilo por parte das autoridades militares impedem pesquisas mais abertas, sobretudo aqueles que fazem o mundo científico o que se sabe hoje em dia é que o tema Discos Voadores já não é tão proibido como antes. Especialmente graças à insistente atuação do General Moacyr Uchoa que, com sua credencial de ex-Diretor de Ensino da Academia de Agulhas Negras e depois Diretor Presidente de uma das mais importantes universidades da capital federal, os pesquisadores brasileiros e estrangeiros que se deslocavam para o Brasil - área de grande fluxo de OVNIs - podiam então ter acesso às investigações oficiais, que em nível internacional colocavam o país entre um dos mais importantes para o estudo do fenômeno. 

(Revista O CRUZEIRO - 25/03/1978)

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