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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Físicos criam pela primeira vez um buraco de minhoca magnético


É isso mesmo: pesquisadores conseguiram criar em laboratório uma estrutura que segue a mesma lógica de um buraco de minhoca. Só não pense que tenha sido algo parecido com aqueles túneis incríveis usados por exploradores espaciais em Interestelar ou Star Trek para percorrer rapidamente distâncias absurdas no universo. Se fosse assim, é provável que os responsáveis estivessem agora mesmo em algum lugar bem longe da Via Láctea. O fato é que fazer um atalho desses é absolutamente impossível com a tecnologia que temos hoje, pois seria preciso gerar enormes quantidades de energia gravitacional, algo que ninguém sabe fazer ainda. Mas a comparação é válida. Nas palavras de Àlvar Sánchez, investigador principal do estudo, a máquina deles também “muda a topologia do espaço, como se a região interna tivesse sido magneticamente apagada do espaço.”
O experimento magnético realizado pelos cientistas da Universidade Autônoma de Barcelona e os resultados a que chegaram são bem impressionantes. Eles criaram uma espécie de túnel com um formato arredondado feito a partir de metamateriais e metassuperfícies capazes de funcionar como uma espécie de ponte que liga dois pontos no espaço. Como um buraco de minhoca mesmo, só que a única coisa que pode atravessar o túnel de uma ponta a outra são campos magnéticos, criados por ímãs ou eletroímãs. Os físicos foram bem-sucedidos em mandar o campo até o outro lado, e o mais intrigante é que ele ficou invisível, ou indetectável, durante o percurso. A impressão é de que tenha sido transportado por uma outra dimensão, que transcende a realidade tridimensional a que estamos acostumados.
Outro fato inusitado foi que quando chegou à outra ponta, o campo passou a ter um único polo, apenas um norte ou um sul. Os físicos chamam isso de monopolo magnético. É importante notar que essas estruturas não surgem espontaneamente na natureza. A esfera que produziu o buraco de minhoca experimental é composta por três camadas: uma superfície externa ferromagnética, outra parte feita com material supercondutor e outro revestimento ferromagnético cobrindo um cilindro que atravessa a esfera inteira. Mas afinal, a tecnologia tem alguma utilidade prática? Os pesquisadores dizem que sim, especialmente na medicina. Eles citam a possibilidade de implementação em máquinas de ressonância magnética, que passariam a poder fazer o exame à distância, aumentando o conforto dos pacientes. Os aparelhos também seriam capazes de atuar simultaneamente em várias partes do corpo.

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