Ela é cultuada como a "deusa da Terra" ou a "mãe do mundo" que se acasala com o deus do céu e mantém o ciclo da vida e da morte. Ela é também a deusa da Lua, principalmente porque os antigos acreditavam que os ciclos da Lua coincidiam com os ciclos menstruais da mulher. Ela é a sacerdotisa arquetípica, a iniciadora da sabedoria. Era cultuada na antiga Suméria como Ninkharsag, no Egito como Ísis, na Índia como Kali, e era identificada com Matronit, ou Shekinah, e a Sofia gnóstica, apenas para mencionar algumas de suas muitas manifestações.
O poder misterioso da mulher que levou aos primeiros cultos da deusa baseava-se na associação feita entre a mulher e a fertilidade e o seu papel na procriação. Como todos os seres humanos vêm a este mundo através da mulher, acreditava-se naturalmente que ela estava mais próxima da fonte da existência e, portanto, mais próxima dos mistérios da vida, do sexo e da morte. Como mencionamos acima, o sangue menstrual passou a simbolizar esse poder, pois acreditava-se que ele também jorrava da fonte original da criação.
A mitologia nos informa que a deusa mãe suméria Ninkharsag criou os seres humanos da argila, trazendo-os à vida ao infundi-los com seu "sangue" (há quem diga que o nome "Adão" de fato significa "argila sanguínea")."
Os faraós egípcios acreditavam que se tornariam "imortais" ingerindo o "sangue de Ísis" - a versão egípcia de Ninkharsag - que eles chamavam sa. Tratava-se evidentemente do sangue menstrual. O hieróglifo para sa "era o mesmo que o sinal da vulva, um arco yônico semelhante ao ankh egípcio [cruz da vida]" "Os gregos acreditavam que a sabedoria do homem ou de deus estava concentrada em seu sangue, que vinha de sua mãe." "Os sábios chineses chamavam o sangue menstrual de essência da Mãe Terra, o princípio yin que dá a vida a todas as coisas,"
Os antigos acreditavam que o sangue menstrual era tão poderoso que a própria Igreja se sentia ameaçada por ele. "Do século VIII ao XI, as igrejas cristãs recusavam a comunhão às mulheres menstruadas".
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