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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O SIGNIFICADO DO PENTAGRAMA


Uma estrela de cinco pontas, ou mandala, é produzida pela relação entre as orbitas da Terra e Vênus em torno do Sol, durante um período de 8 anos.
Os antigos judeus, como todos os povos daquela época, tinham alguma fascinação pelo culto ao Sol e conhecimento dos movimentos nos céus, associado à crença dos efeito das estrelas nos assuntos da humanidade. A tradição judaica atribuía ao pentagrama a representação do ser humano antes da queda (“Adam Kadmon”) e quando o signo se apresentava invertido, representava o homem caído (“Adam Belial”), que era a inteligência humana dominada pela matéria.
Segundo a wikipedia, "Baseados na antiga astronomia ptolomaica, que tentava manter a órbita dos outros planetas ao redor da Terra, astrônomos do passado especulavam órbitas excêntricas para os planetas e isso fez com que, aparentemente, a órbita de Vênus desenhasse um pentagrama no espaço". A wikipedia complementa com a seguinte descrição do pentagrama: “Vênus foi associado a diversas divindades e cultuado por diversas culturas. O símbolo é encontrado na natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita. Trata-se de um dos símbolos pagãos mais utilizados na magia cerimonial, pois representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito, sendo considerado um talismã muito eficiente”.
Na cultura chinesa, o pentagrama representa o ciclo, o caminho da destruição e também o equilíbrio. Cada uma de suas pontas representa um elemento: água, terra, fogo, madeira e metal.
Pitágoras considerava o numero cinco como um número “nupcial”, pois era o resultado da soma (2+3) do primeiro número par (representando o feminino – a terra) com o primeiro número impar (representando o masculino – o céu), e as várias tradições associaram este número com o Homem Primordial ou Andrógino. Dessa forma, o Pentagrama representou o emblema por excelência do microcosmo, nele se inscrevendo a figura humana representando o Homem Primordial. A tradição acrescenta aos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) um quinto, chamado éter, simbolizando o espaço celeste e o espírito, unindo dentro de si todos os seres. No ser humano, o éter une a alma individual com a realidade universal, ou seja, o humano com o divino.
É importante observar que até pouco tempo atrás, não eram atribuídas conotações maléficas a esse símbolo. O imperador Constantino chegou a usar o pentagrama com o cristograma, ou seja uma forma simbólica de cruz, como talismã. Naquela época, o pentagrama era um símbolo popular de proteção e representava a Verdade e o trabalho do Criador sendo manifestado.
No séc. XIX, Eliphas Lévi associou o pentagrama à figura do corpo humano com alta espiritualidade, mas, colocado no sentido oposto, ou melhor, com a ponta posicionada para baixo, associou-o aos maus instintos e à figura do Baphomet. O símbolo de Baphomet havia sido usado pela inquisição católica para acusar os Templários de adorarem Satã. Lévi afirmava que se a pessoa invertesse as letras de Baphomet, obteria a frase latina "TEM O H P AB" que seria a abreviação de "Templi Omnivm Hominum Pacis Abbas", ou "O Pai do Templo da Paz de Todos os Homens". Isto era uma referência ao Templo do Rei Salomão, capaz de levar a paz a todos. Até hoje se discute o real significado do Baphomet dos Templários, sem que haja concordância entre os historiadores. C Knight e R.Lomas, descobriram que aplicando-se o Código Atbash (código secreto da Comunidade de Qumran) ao nome de Baphomet, revela-se a palavra Sophia (sabedoria, em grego). Entretanto Lévi fazia menção em seus escritos a um “Baphomet dos Templários, o ídolo adorado dos alquimistas, o deus obsceno de Mendes, a cabra do Sabbath”, e o bode do Sabbath negro era o símbolo que supostamente cultos demoniacos adoravam em seus rituais.
Há que se reconhecer que Lévi efetivamente nunca fez uma associação do Baphomet à Maçonaria. Isto foi obra de Leon Taxil, que havia sido iniciado na Maçonaria, mas fora expulso ainda como aprendiz e, talvez por vingança, lançou em 1887 o livro "Os Mistérios da Franco Maçonaria", patrocinado pelo Papa, e inventou uma ordem maçônica supostamente secreta chamada Palladium, onde descrevia um grupo de maçons endiabrados dançando ao redor do Baphomet, puxados por Eliphas Lévi, que era então falecido. Alguns anos depois, Taxil revelou em um salão lotado que nunca havia existido a tal "Ordem Palladium" e que ele havia inventado tudo com o apoio do Papa. Foi um escândalo monumental naquele dia de 19 de abril de 1897, mas mesmo assim a mentira continuou sendo aproveitada pelas novas gerações de religiosos intolerantes.
A leviana interpretação de Lévi, associada às fragrantes mentiras de Taxil, foram de fundamental importância para que os mal intencionados pudessem associar a magia negra ao nome da Maçonaria, pois para as entidades antimaçônicas, o fato do pentagrama ocupar lugar de destaque na Maçonaria, mesmo descartando a figura de Baphomet, constituía uma excelente oportunidade para associar a imagem do bode ao pentagrama invertido e chegar à desonesta conclusão de que todos os maçons tinham de ser adoradores do diabo. A má-fé foi tanta, que pouco importou os protestos e esclarecimentos, sempre solenemente ignorados. O curioso é que os críticos mais ativos estavam ligados à Igreja Católica, esquecendo que o pentagrama também já tinha sido usado como um símbolo cristão, representando, em suas partes, as cinco chagas de Cristo.
Até hoje para algumas correntes esotéricas, o pentagrama invertido nada tem a ver com a figura do bode maléfico e tenebroso, mas sim com uma figuração do ser humano transcendendo o nível material da existência e renascendo para uma vida nova, em um estado de consciência superior. Figurativamente, os pés não mais repousam na terra e sim nas estrelas, traçando um paralelo com a Árvore da Vida da Cabala hebraica, que tem uma representação invertida, com as raízes voltadas para o céu e a copa para baixo, simbolizando o caminho do processo iniciático de progresso espiritual. Neste sentido, a luz de Vênus tem sido representada como uma descida do espírito na matéria e seu possível retorno.
 O Sol Negro.

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