KIC 8462852 pode ser considerada uma estrela comum, localizada a cerca de 1480 anos-luz da Terra, mas uma estranha anomalia em seu brilho levantou diversas hipóteses, até mesmo a possibilidade de estar envolvida em uma mega estrutura alienígena.
Após diversos anos de observação voluntária ela foi classificada como um objeto intrigante e digno de pesquisa, uma vez que a sua luz variava de modo bastante irregular sem que uma causa conhecida justificasse essa estranha anomalia.
Para tentar entender essa variação de brilho, uma equipe internacional de astrônomos passou a estudar a estrela usando dados do telescópio espacial Kepler, especializado na detecção de planetas extrasolares. O Kepler faz isso registrando a variação cíclicas de brilho de uma estrela, geralmente provocada pela passagem de um exoplaneta na frente do disco luminoso. Essa técnica é conhecida como "deteção por trânsito".
Através dos dados coletados pelo telescópio, uma equipe de cientistas liderada pela astrônoma americana Tabetha Boyajia, da Universidade de Yale, encontrou mergulhos não periódicos e de intensidade muito irregular na luminosidade de KIC 8462852. Essas variações ocorreram em média a cada 750 dias e intrigaram os pesquisadores, uma vez que eram consistentes com centenas ou milhares de pequenos objetos muito próximos entre si orbitando a estrela.
De acordo com o paper publicado pela autora, o primeiro grande "apagão" escureceu a estrela em cerca de 15% seguido por um big-dip que deixou a estrela 25% menos luminosa. Segundo a cientista, um planeta gigante com o tamanho de Júpiter teria condições de escurecer em apenas 1% a estrela. Desta forma, nem se todos os planetas do Sistema Solar passassem juntos na frente de KIC 8462852 produziriam um apagão tão pronunciado.
Além disso, a não periodicidade e a grande variação de brilho entre os apagões descartavam a hipótese de um planeta ou outros corpos próximos orbitarem a estrela
Hipóteses e dúvidas
Baseado no tipo e na classe espectral da estrela, os pesquisadores descartaram a possibilidade de KIC 8462852 ser do tipo variável e algumas hipóteses como a de ser material rochoso envolvendo a estrela também foram deixadas de lado, já que não explicavam uma série de detalhes encontrados nos dados observados.
Uma das hipóteses apresentadas aponta para uma estrutura gigante criada por uma nuvem de cometas desintegrados e que estaria orbitando a estrela de forma elíptica.
Essa ideia até faz sentido, pois existe uma estrela anã vermelha a 132 bilhões de km de distância que poderia ter perturbado o sistema e "arremessado" milhares de objetos em algum momento do passado, teoricamente da mesma forma como ocorreu na nuvem de Oort, que (também teoricamente) sofreu alguma perturbação e arremessou os cometas não periódicos que penetram no Sistema Solar interior.
No entanto, no entender dos cientistas, a noção de que uma nuvem de cometas possa reduzir em 25% a luz de uma estrela maior que o nosso Sol parece bastante improvável, embora não descartada.
Além das hipóteses mostradas, outras possibilidades também estão sendo investigadas. Entre elas o obscurecimento provocado por grandes manchas solares, material arremessado por uma gigantesca colisão de planetas e até mesmo a presença de um sistema solar inteiro que orbitaria uma estrela companheira.
Radiotelescópio Green Bank - Clique para ampliar
Estrutura Alien?
Depois da descoberta e das dúvidas sobre a anomalia na estrla, diversos grupos independentes cogitaram a possibilidade de a estrela ser orbitada por uma gigantesca estrutura de paineis solares, que seriam responsáveis por fornecer energia a algum planeta que a orbitasse.
Naturalmente, esse último palpite é bastante distante daquilo que se pode considerar verossímil, embora a ideia de colocar grandes espelhos ao redor da Terra não é tão fantasiosa assim.
Duvidas
Na realidade, tudo que se sabe até agora são conjecturas. Nada foi provado ou descartado e novos dados precisarão ser coletados e estudados até que uma explicação seja apresentada.Para isso, diversas instituições já anunciaram sessões de novas observações, entre elas o Instituto SETI que usará o radiotelescópio Allen na tentativa de buscar sinais extraterrestres que possam vir da vizinhança da estrela, o Green Bank Telescope, em West Virginia e também o Very Large Array Radio Telescope, no Novo México.
Fonte
Para tentar entender essa variação de brilho, uma equipe internacional de astrônomos passou a estudar a estrela usando dados do telescópio espacial Kepler, especializado na detecção de planetas extrasolares. O Kepler faz isso registrando a variação cíclicas de brilho de uma estrela, geralmente provocada pela passagem de um exoplaneta na frente do disco luminoso. Essa técnica é conhecida como "deteção por trânsito".
Através dos dados coletados pelo telescópio, uma equipe de cientistas liderada pela astrônoma americana Tabetha Boyajia, da Universidade de Yale, encontrou mergulhos não periódicos e de intensidade muito irregular na luminosidade de KIC 8462852. Essas variações ocorreram em média a cada 750 dias e intrigaram os pesquisadores, uma vez que eram consistentes com centenas ou milhares de pequenos objetos muito próximos entre si orbitando a estrela.
De acordo com o paper publicado pela autora, o primeiro grande "apagão" escureceu a estrela em cerca de 15% seguido por um big-dip que deixou a estrela 25% menos luminosa. Segundo a cientista, um planeta gigante com o tamanho de Júpiter teria condições de escurecer em apenas 1% a estrela. Desta forma, nem se todos os planetas do Sistema Solar passassem juntos na frente de KIC 8462852 produziriam um apagão tão pronunciado.
Além disso, a não periodicidade e a grande variação de brilho entre os apagões descartavam a hipótese de um planeta ou outros corpos próximos orbitarem a estrela
Hipóteses e dúvidas
Baseado no tipo e na classe espectral da estrela, os pesquisadores descartaram a possibilidade de KIC 8462852 ser do tipo variável e algumas hipóteses como a de ser material rochoso envolvendo a estrela também foram deixadas de lado, já que não explicavam uma série de detalhes encontrados nos dados observados.
Uma das hipóteses apresentadas aponta para uma estrutura gigante criada por uma nuvem de cometas desintegrados e que estaria orbitando a estrela de forma elíptica.
Essa ideia até faz sentido, pois existe uma estrela anã vermelha a 132 bilhões de km de distância que poderia ter perturbado o sistema e "arremessado" milhares de objetos em algum momento do passado, teoricamente da mesma forma como ocorreu na nuvem de Oort, que (também teoricamente) sofreu alguma perturbação e arremessou os cometas não periódicos que penetram no Sistema Solar interior.
No entanto, no entender dos cientistas, a noção de que uma nuvem de cometas possa reduzir em 25% a luz de uma estrela maior que o nosso Sol parece bastante improvável, embora não descartada.
Além das hipóteses mostradas, outras possibilidades também estão sendo investigadas. Entre elas o obscurecimento provocado por grandes manchas solares, material arremessado por uma gigantesca colisão de planetas e até mesmo a presença de um sistema solar inteiro que orbitaria uma estrela companheira.
Radiotelescópio Green Bank - Clique para ampliar
Depois da descoberta e das dúvidas sobre a anomalia na estrla, diversos grupos independentes cogitaram a possibilidade de a estrela ser orbitada por uma gigantesca estrutura de paineis solares, que seriam responsáveis por fornecer energia a algum planeta que a orbitasse.
Naturalmente, esse último palpite é bastante distante daquilo que se pode considerar verossímil, embora a ideia de colocar grandes espelhos ao redor da Terra não é tão fantasiosa assim.
Duvidas
Na realidade, tudo que se sabe até agora são conjecturas. Nada foi provado ou descartado e novos dados precisarão ser coletados e estudados até que uma explicação seja apresentada.Para isso, diversas instituições já anunciaram sessões de novas observações, entre elas o Instituto SETI que usará o radiotelescópio Allen na tentativa de buscar sinais extraterrestres que possam vir da vizinhança da estrela, o Green Bank Telescope, em West Virginia e também o Very Large Array Radio Telescope, no Novo México.
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