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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Nasa divulga imagens de figuras misteriosas no Cazaquistão


A agência espacial americana acaba de divulgar imagens de misteriosos e imensos desenhos feitos há milhares de anos em estepes remotas ao Norte do Cazaquistão. São figuras geométricas de quadrados, cruzes, linhas e anéis que só podem ser reconhecidas do céu, como as famosas linhas de Nazca, no Peru. A maior estrutura, que fica perto de um acampamento neolítico, é um quadrado gigante com linhas diagonais formado por 101 pequenos montes, cobrindo área maior que a Grande Pirâmide de Quéops.
De acordo com as primeiras estimativas, a região de Turgai possui ao menos 260 estruturas, formadas por montes, trincheiras ou muros, que são arrumados em formatos geométricos. As mais antigas foram construídas há 8 mil anos. De forma surpreendente, os desenhos foram avistados pela primeira vez em 2007 por Dmitriy Dey, um economista cazaque que estava vasculhando o Google Earth. Em outubro do ano passado, elas foram apresentadas em um congresso de arqueologia, mas, agora, a Nasa demonstra interesse em compreender melhor essas relíquias do passado.
— Eu nunca vi algo como isso antes. Eu acho notável — disse Compton J. Tucker, cientista da Nasa em Washington, em entrevista ao “New York Times”.


As primeiras quatro imagens foram divulgadas pela Nasa há duas semanas. Elas foram capturadas por satélites da Digital Globe, há cerca de 700 quilômetros de altitude. Ronald LaPorte, pesquisador da Universidade de Pittsburgh e entusiasta da descoberta, considera o envolvimento da Nasa “extremamente importante” para mobilizar recursos para futuras investigações. Na semana passada, a captura de imagens da região foi colocada na lista de tarefas dos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional.
“Vai demorar algum tempo para a tripulação capturar as imagens, já que estamos a mercê dos ângulos de elevação do Sol, restrições climáticas e a agenda dos astronautas”, explicou Melissa Higgins, em e-mail a LaPorte.
As novas imagens se somam ao estudo conduzido por Dmitriy Dey, o mais completo já realizado sobre as misteriosas estruturas. Ainda não existe um entendimento sobre as origens dos desenhos, mas especulações envolvem extraterrestres e até mesmo nazistas, já que algumas figuras se parecem com suásticas.
— Eu não penso que elas foram feitas para serem vistas do ar — disse Dey, que teoriza que os desenhos serviam como observatórios horizontais, para rastrear os movimentos do nascer do Sol.
As estepes cazaques eram destino de tribos da Idade da Pedra que buscavam por bons campos de caça, entre elas a cultura Mahandzhar, que floresceu na região entre 7.000 e 5.000 A.C., e é apontada por Dey como a possível responsável pelos desenhos. Entretanto, cientistas questionam se populações nômades teriam ficado no local por tempo suficiente para derrubar árvores e colocar madeira para muralhas, desenterrar sedimentos para construir montes com dois a três metros de altura.

— A ideia que povos coletores poderiam acumular o número de pessoas necessário para realizar projetos de grande escala, como a criação dos geoglifos do Cazaquistão, estão levando os arqueólogos a repensarem a natureza e o tempo de sofisticadas organizações humanas de larga escala como predecessoras de assentamentos e sociedades civilizadas — disse Persis Clarkson, arqueólogo na Universidade de Winnipeg, no Canadá.

DESCOBERTA ACIDENTAL

O economista Dmitriy Dey contou que a descoberta aconteceu por acaso. Após assistir a um documentário sobre pirâmides na TV a cabo, pensou ser possível encontrar alguma no Cazaquistão, já que elas estão distribuídas por todo o mundo. Ele não encontrou pirâmides, mas um estranho quadrado formado por círculos. No início ele pensou ser alguma instalação do período soviético, mas, no dia seguinte, encontrou outra figura. Em menos do fim do ano encontrou outras oito formações. Até 2012 eram 19, e agora, já são 260.
Agora, a corrida é contra o tempo para conseguir proteger os sítios arqueológicos. Este ano, uma figura, batizada como “Koga Cross”, foi substancialmente destruída para a construção de uma estrada. Dey e LaPorte já tentaram convencer autoridades locais a buscarem proteção da Unesco, mas até agora não obtiveram sucesso.


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