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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Nuvens de metal derretido interferem em brilho de planeta sem estrela


No estudo que anunciou a sua descoberta, o planeta PSO J318-22 foi descrito como “uma massa planetária de flutuação livre extremamente vermelha e jovem”. Com o tempo também ficamos sabendo que o planeta não possui uma estrela – os astrônomos acreditam que quando o PSO foi formado até havia uma, mas que ela acabou expulsando-o de sua órbita, jogando-o na mais completa solidão espacial. Agora os cientistas descobriram mais uma peculiaridade desse planeta cheio de personalidade: seu brilho varia bastante e a razão para isso pode estar no seu clima.
Por não ter uma estrela por perto, todo o calor do PSO vem de seu próprio interior. E não é qualquer calorzinho: a superfície do exoplaneta possui uma temperatura de cerca de 827 °Ce nuvens de metal derretido rodeiam sua atmosfera, provavelmente formadas por gotículas de silicato e ferro. Astrônomos da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram que o seu profundo brilho vermelho pode variar até 10% em poucas horas – tudo indica que a causa para isso está justamente nessas tempestades de metal derretido.
  Os pesquisadores afirmaram que a tempestade observada lá pode ser comparada ao que ocorre dentro da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, um fenômeno parecido com um furacão, só que três vezes maior que a Terra. Acredita-se que o PSO possa ser até oito vezes maior que Júpiter.
É possível que essa seja a primeira vez que nós conseguimos flagrar o comportamento do clima de um planeta de fora do sistema solar – o PSO está há aproximadamente 80 anos-luz da Terra e sua solidão facilita com que ele seja objeto de estudo dos cientistas, já que ele não fica ofuscado pelo brilho de nenhuma estrela.

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