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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ZAPRUDER - IMAGENS FORTES


No dia 22 de novembro 1963, Abraham Zapruder era o homem certo no lugar certo com o equipamento certo. O lugar era a Dealey Plaza, em Dallas, Texas. O equipamento era uma filmadora 8 mm para registrar o desfile em carro aberto do presidente americano John Kennedy.
Mesmo sendo um cineasta amador, Zapruder não largou a câmera nem quando os tiros começaram: no frame 313 está registradoo exato momento em que o primeiro balaço acerta Kennedy. A cabeça explode violentamente para trás como se a bala o tivesse atingido pela frente. O problema é que Lee Harley Oswald, o assassino oficial, estava posicionado num depósito de livros atrás da limusine presidencial. O filme atestaria, portanto, a existência de pelo menos dois atiradores, prova inequívoca de uma conspiração.
A Comissão Warren, que investigou o assassinato, não considerou o filme uma prova conclusiva, já que Kennedy era um objeto animado (quando vivo) e, portanto, imprevisível. Apenas objetos inanimados são atirados na direção oposta quando atingidos por um projétil. Mesmo assim, o filme de Zapruder virou um ícone da conspirologia.


Identificar os possíveis conspiradores já é outro problema. O promotor Jim Garrison, de Nova Orleans, que fez carreira política em cima do caso e virou mocinho no filme de Oliver Stone, denuncia um consórcio complicado envolvendo a Máfia, cubanos anticastristas, cubanos castristas, Richard Nixon, a KGB, a CIA, o FBI e o complexo industrial militar. Atualmente, com todo mundo inventando teorias conspiratórias, esta é a versão mais convencional do atentado. Conspirólogos mais inspirados, como o falecido ufólogo William Cooper, atribuem o crime a uma agremiação ainda mais sinistra, envolvendo o Majestic 12, a Maçonaria, a Illuminati e os alienígenas greys.
Para aceitar a teoria de Jim Garrison-Oliver Stone, você precisa acreditar que John Kennedy era um pacifista que teria evitado a guerra do Vietnã e acabado com a guerra fria – mas a lenda do Kennedy pacifista não encontra ressonância na história oficial.
Para aceitar a teoria de Cooper, você precisa acreditar que somos mesmo controlados por alienígenas cinzentos infiltrados nos governos terrestres e em organizações secretas de existência duvidosa.
Como diria Sherlock Holmes, “quando se elimina o impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade”. Talvez a hipótese mais absurda seja, afinal, a verdadeira: John Kennedy pode ter sido assassinado por um maluco solitário e ideologicamente confuso chamado Lee Harvey Oswald.

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