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quinta-feira, 17 de março de 2016

Astrônomos mensuram um misterioso objeto saindo de um buraco negro

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Somente a frase “objeto saindo de um buraco negro” deveria ser causa de espanto, já que, até agora, objetos e até mesmo luz que entraram em buracos negros nunca conseguiram sair. Primeiro, os cientistas da NASA detectaram algo saindo de um buraco negro, e agora os astrônomos foram capazes de medir este enorme objeto a seis bilhões da anos luz de distância.  Como eles conseguiram isto e seria esta uma mudança no jogo?
A NASA tem observado a área de Sagitário A*, da Via Láctea, por alguns anos, porque ela tem emitido labaredas. Enquanto usaram o telescópio Nuclear Spectroscopic Telescope Array (NuSTAR) e dois outros para observarem um buraco negro conhecido como Q2237+0305, ou a “Cruz de Einstein”, de repente e inacreditavelmente eles viram algo emitindo do centro do buraco negro, seguido por um gigantesco pulso ou labareda de energia de raio-X.  Esta foi a primeira vez na história que cientistas foram capazes de ligar um ‘lançamento’ de uma corona para uma labareda.
Já que tudo isso era considerado impossível, foi necessário uma melhor análise.  Esta é uma tarefa difícil, já que a Cruz de Einstein está a seis bilhões de anos luz de distância.
Pesquisadores espanhóis da Universidade de Granada (UGR) resolveram o problema através do uso do assim chamado efeito de microlente gravitacional, que ocorre quando a gravidade de objetos entre a Terra e o que está sendo observado dobra e amplia a luz, assim podendo ser visto.  Quatro imagens da Cruz de Einstein foram obtidas, através do uso dos experimentos OGLE (Optical Gravitational Lensing Experiment) e do GLITP (Gravitational Lensing International Time Project). O que os pesquisadores viram saindo do buraco negro foi chocante.
objeto saindo de buraco negro
Ilustração de objeto saindo de buraco negro.
Eles descobriram uma massa em formado de disco, com aproximadamente do tamanho de nosso sistema solar, orbitando ao redor do buraco negro em alta velocidade.  O pesquisador Jorge Jiménez Vicente, autor do estudo que foi publicado no Astrophysical Journal, descreveu o quão importante isto é:
O avanço deste trabalho tem sido tanto, que fomos capazes de detectar uma estrutura na aresta interna de um disco tão pequeno, a tão grande distância, graças ao feito de microlente gravitacional.  Isto seria equivalente a detectar uma moeda de Euro à uma distância de mais de 100.000 quilômetros.
Assim, a seis bilhões de anos luz de distância, eles observaram a corona de um buraco negro sendo ejetada, seguida por uma labareda, resultando num disco do tamanho de um sistema solar, orbitando o buraco negro.
Se isto não for mudar o jogo, talvez estejamos assistindo o jogo errado.

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