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quarta-feira, 23 de março de 2016

NASA encontra evidências de lagos e rios de nitrogênio líquido em Plutão

plutão (Foto: NASA)
Na semana passada, cientistas da NASA publicaram cerca de 40 estudos sobre Plutão. As pesquisas foram realizadas a partir da análise dos dados que a New Horizons enviou do planeta-anão. A sonda da agência espacial americana chegou ao ponto mais próximo de Plutãoem julho de 2015 e ainda está processando e enviando diversas informações sobre o planeta para a Terra.

As simulações indicam que existem períodos na história de Plutão em que a temperatura e a pressão ficaram altas o suficiente para o gelo de nitrogênio da superfície derretesse. Essa hipótese poderia explicar algumas características observadas na geologia do planeta anão, como o que parecem ser antigos caminhos de rios. "É bem liso, como se líquido tivesse congelado por ali", disse Alan Stern, líder da missão New Horizons, em entrevista à New Scientist. "É difícil sugerir uma resposta alternativa que explicaria essa morfologia."Os cientistas utilizaram os dados recebidos para simular como o clima e a pressão atmosférica de Plutão mudou com o tempo
. Algumas das evidências encontradas pela sonda indicam a possibilidade de nitrogênio líquido ter existido na superfície do planeta-anão - elemento que, de acordo com os pesquisadores, ainda estaria lá, porém nos bolsões abaixo do gelo que hoje cobre a superfície.
Como esse período funciona
O clima da Terra é uma consequência da inclinação de 23º do eixo do planeta em relação ao Sol. Os trópicos são as regiões quentes pelas quais o Sol passa diretamente por cima. Acontece que Plutão tem uma inclinação de 120º, espalhando seus trópicos. "A maior parte de Plutão é tropical', disse Richard Binzel, membro da equipe da missão New Horizons, em entrevista à New Scientist. O planeta anão é tão extraordinário que algumas de suas regiões são árticas e tropicais ao mesmo tempo.
lago congelado (Foto: NASA)
Pode parecer improvável que o gelo derreta, ainda mais considerando que Plutão fica a bilhões de quilômetros de distância do Sol, com uma temperatura de aproximadamente -229ºC. A NASA sugere, no entanto, que é possível sim, por conta do ângulo em que o planeta-anão orbita o Sol e pelo fato de esse movimento durar cerca de 248 anos.
Como aponta o Science Alert, isso faz com que Plutão sofra grandes mudanças em sua pressão atmosférica - as simulações sugerem que podem chegar a até 20 mil vezes do que a pressão atual. Isso significa que esse aumento na pressão seria o suficiente para permitir que o nitrogênio líquido percorresse a superfície.
Os cientistas agora estão trabalhando para recriar essas condições no laboratório. Mal podemos esperar para saber os resultados.

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