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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Visto como um Big Brother espacial, Mars One preocupa especialistas

Projeto prevê uma primeira colônia de homens em Marte televisionada


Um Big Brother onde o prêmio final não seria R$ 1,5 milhão, mas sim, ser o primeiro desbravador de Marte. O projeto Mars One, feito por um grupo de investidores com apoio de uma produtora de TV, prevê que os primeiros homens a conhecerem o planeta vermelho de perto sejam monitorados em um reality show. O problema, apontam especialistas, é que a eliminação pode ser muito mais dolorosa do que nas edições terráqueas.
A iniciativa empreendida por Bas Lansdorp anunciou, esta semana, uma lista de cem voluntários para uma missão só de ida. A primeira colônia humana em Marte será televisionado e poderá ter a presença de uma brasileira. Sandra da Silva, uma professora de 51 anos de Rondônia, está entre os cem finalistas que disputam 24 vagas.
Lansdorp afirmou que os custos da empreitada estão sendo financiados por um consórcio de empresas e pela produtora de TV Endemol, responsável pelo Big Brother em todo o mundo. O projeto está orçado em US$ 6 bilhões, cerca de R$ 18 bilhões.
— Vai ser como se Marco Polo tivesse uma câmera em suas viagens de exploração — afirmou Lansdorp.
O otimismo do empresário não é dividido entre os especialistas. As grandes companhias espaciais de diferentes países afirmaram não possuir relação com a iniciativa. A agência espacial americana Nasa afirmou, em 2008, que não existia tecnologia o suficiente para levar o homem à Marte. O Mars One afirma em seu site que trabalhará com inovações já existentes.
Em entrevista ao jornal “The Independent”, o professor Chris Welch, da Universidade Espacial Internacional, sediada em Estrasburgo, criticou ferrenhamente o projeto.
— A morte prematura é certa. Eles vão querer morrer no caminho para Marte ou morrer logo. Há muitas incógnitas. Eles estarão completamente sozinhos com uma tecnologia que não foi testada e esperam que funcionem tudo perfeitamente.

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