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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Bola de Fogo em Souzas - Campinas, SP


Grande parte da população do distrito de Souzas, Campinas, SP, viveu em junho de 1973 em estado de expectativa diante de coisas estranhas que aconteceram em virtude, aparentemente, de uma "bola de fogo" - expressão criada para identificar algo que em termos mais científicos, seria apontada como um "objeto voador não identificado" - descoberto em janeiro do mesmo ano, pelo jovem bancário Gilmar Aparecido Barijan. 
A "coisa", que parecia ter forma oval e cor vermelha bastante acentuada, foi indicada por populares como fator determinante, da repentina falta de energia elétrica registrada na escola local no dia 7 de junho de 1973. Pelo menos, segundo moradores do distrito, o estabelecimento escureceu simultaneamente à passagem da "bola de fogo" sobre seu prédio e técnicos da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) afirmaram, quanto a isso, que a falta de luz havia sido provocada pela queima de fusíveis. A dúvida persistiu entretanto. Houve quem lançou a hipótese de que a avaria havida nos fusíveis foi devida, justamente à "coisa". 
Gilmar Aparecido Barijan, jovem de 16 anos que anunciou aos moradores de Souzas a existência da "bola de fogo", declarou à reportagem do jornal "Correio Popular" sobre os acontecimentos, assegurando sempre, entre suas declarações que "a coisa me persegue". 
Funcionário da agência do Bradesco e aluno do ginásio Estadual "Manoel Marcondes Machado" (a escola que teve suas luzes apagadas), Gilmar contou ao jornal que avistou a "coisa" pela primeira vez havia seis meses, pairando sobre um cafezal existente na fazenda onde morava juntamente com seus pais.
Não distinguiu bem, nessa oportunidade, a conformação e coloração do objeto e não ousou também aproximar-se dele. Não deu ainda importância ao fato e prosseguiu em sua vida normal. 
Uma existência que se resumia no trabalho de oito horas no Banco, no estudo noturno e nas viagens diárias que efetuava entre Souzas e sua casa, localizada a poucos quilômetros de Joaquim Egídio. 
Teve, no entanto, que voltar novamente sua atenção para o estranho objeto quando, voltando da escola em seu carro, avistou-o próximo ao Distrito de Joaquim Egídio. A "coisa", com efeito, parecia segui-lo e desapareceu  repentinamente  somente após Gilmar entrar em sua residência e comunicar ainda, o fato a seus pais e irmãos. Aparecido supôs que a "coisa" estivesse a uma distância de 700 metros do ponto de observação: apresentava, nessa ocasião, a forma e o tamanho de um globo.  
A partir desse momento, durante vinte e cinco dias consecutivos, pode avistar, em suas viagens, a mesma "bola de fogo". Notou, ao longo desse tempo, que o trajeto do objeto, embora obedecendo um traçado mais ou menos definido - transitava entre Souzas e a fazenda onde residia Gilmar - variava bastante: aparecia alternadamente à sua direita e a sua esquerda. 
Prova de que, realmente, movimentava-se. 
A prova definitiva - e objetiva - Gilmar só a obteve, contudo, no último dia 7, numa experiência que resultou bastante dolorosa. Gilmar queria, neste dia, convencer suas irmãs de que a "bola de fogo" realmente existia e conduziu-as em seu veículo até o local onde a encontrava comumente. 
Partiu de Souzas, aproximadamente às 22 horas, decidido a validar suas afirmações. A pouca distância de Joaquim Egídio os três irmãos - Gilmar, Neide e Suely - puderam observar a "coisa", aparecendo repentinamente no céu. Segundo Aparecido distava 500 metros do carro. Confirmado o fato e abandonado todo o ceticismo, as irmãs insistiram então para que o jovem voltasse rapidamente para Souzas. Não esperavam encontrar verdadeiramente o objeto, nem apresentar tal atitude de pavor diante da situação. 
Inquirido, Gilmar preparou-se, assim a fazer o retorno. 
Estava a colocar o veículo - um Fusca - em marcha-a-ré quando, a "bola de fogo" investiu contra o carro e "estacionou" por alguns segundos diante dele. Parecia estar, então, a uma distância de 50 metros. Tinha as dimensões de um automóvel de pequeno porte, emanava intensa luz vermelha e emitia raios concêntricos amarelos, envolvendo-se, assim, num círculo de "fogo".  
Nos poucos instantes em que Gilmar esteve "frente a frente" com a coisa - como ele próprio disse - pode observar sua forma elíptica e a influência em seu corpo e no veículo. "Durante cinco minutos tentei colocar novamente o carro em movimento, porque o motor havia morrido, enquanto sentia um intenso formigamento na pele e uma tremenda dor de cabeça". 
Foram sintomas que não passavam, embora Gilmar já estivesse no dia seguinte, trabalhando regularmente. Contou ao jornal sua experiência ainda aparentando a fadiga do dia anterior e acentuando que "os fatos foram dolorosos demais". Por muitos meses ainda Gilmar permaneceu em Souzas, residindo em casa da irmã. "Não quero repetir a experiência tão cedo", disse ele na ocasião. 
Cleuza Aparecida João e Edna Ribeiro, estudantes universitárias, foram duas outras pessoas que puderam presenciar, no dia 6 de junho de 1973, o espetáculo da "bola de fogo". 
Retornavam nesse dia da escola (eram 22h 30m), quando encontraram dois homens parados no acostamento da estrada, olhando para o alto. 
Cleuza diminuiu a velocidade do carro e as moças saíram investigando o céu. Num misto de surpresa, espanto e terror, concentraram suas atenções sobre um estranho objeto esférico a uma altura de aproximadamente 200 metros do carro. Envolvia-se numa luz intensa e assemelhava-se, realmente, àquilo que se convencionou chamar "disco voador". 
Verdadeiramente surpresas, Cleuza e Edna conscientizaram-se da situação apenas quando a "bola de fogo" começava a  mover-se inicialmente em sentido horizontal e posteriormente em linha vertical. 
Caravana foi organizada para investigar o fato. A "coisa" estava, no entanto, muito distante para que pudesse ser considerada um "OVNI". 
Igual dúvida parece não ter existido, entretanto, entre alunos e funcionários do Colégio de Souzas, que disseram ter assistido ao fenômeno já no sábado anterior. O objeto apresentou-se naquele dia, de acordo com alguns mestres e estudantes, bastante próximo e visível. 
Na quarta-feira, quando as luzes da cidade foram apagadas, as mesmas pessoas avistaram novamente a "coisa", embora seu sobrevôo tivesse sido consideravelmente rápido. 
Curiosos ao extremo, os alunos reuniram-se na sexta-feira, dia 8, após as aulas, 23 horas, e rumaram, em mais de vinte veículos, à Serra das Cabras (onde Gilmar Aparecido testemunhou todo o fenômeno). A nova caravana estava integrada até por estudantes da PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), informados do fato por moradores do Distrito e igualmente curiosos. Todos objetivavam obter maiores detalhes sobre aquilo que se definiu às vezes como uma "bola de fogo" e 
outras como um alongado corpo luminoso. 
A pergunta era a mesma em todas as mentes: "ilusão de óptica, disco voador ou fenômeno físico facilmente explicável"? 

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