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quarta-feira, 3 de junho de 2015

O incidente da Base de Gravataí


No Brasil, o incidente da Base de Gravataí, no Rio Grande do Sul, em 1954, foi assim descrito, em comunicado ao Coronel Hardmann, Comandante da Base: "No dia 24 de outubro do corrente, entre o período de 13 e 16 horas, foi observada a presença de corpos estranhos sobre a Base. Não foi possível calcular a altura dos mesmos nem a velocidade com que se deslocavam, embora seja razoável dizer que seu valor é muito acima do que qualquer outro de que a Base tenha conhecimento.

Seu formato era, de modo geral, circular e sua cor prateada fosca. Tendo em vista sua altura, seus movimentos intermitentes e volta ao local de partida, não seria possível confundi -los com
corpos celestes conhecidos. No momento da observação não havia balões de sondagem meteorológica sobre Porto Alegre. O fato foi comprovado por vários oficiais aviadores, sargentos,
praças e civis. A Base já comunicou ao Estado Maior da Aeronáutica e solicitou uma investigação a respeito.

"Solicita-se ao povo em geral que, caso seja observada ocorrência similar, seja trazida ao conhecimento deste comando, por escrito, com descrição detalhada, citando testemunhas se as houver, hora, local, tipo de observação (olho nu ou por meio de instrumentos), nome por extenso do observador, residência e profissão. Seria, de desejar, que a firma fosse reconhecida. Quando houver possibilidade, a presença da pessoa que fez a observação seria interessante".

Este comunicado foi publicado e não deixa margem à dúvidas ou interpretações. Poucos dias depois, no Rio de Janeiro, o então Chefe do Estado Maior da Aeronáutica, Brigadeiro Gervásio Duncan, deu uma entrevista coletiva à imprensa, durante a qual limitou-se a ler cinco dos dezesseis relatórios recebidos de Porto Alegre. Quando lhe perguntaram o que eram aqueles objetos, o Brigadeiro apenas respondeu:
—Não sei!
O assunto só voltou a ser revivido quando, em dezembro daquele mesmo ano, o Brigadeiro João Adil Ol iveira (na época Coronel Aviador e Chefe do Serviço de Informação da Aeronáutica), realizou conferência acerca dos UFOs no auditório da Escola Técnica do Exército, para os diplomatas da Escola Superior de Guerra. Nessa conferência, o Coronel Adil fez um retrospecto do problema, citou casos impressionantes e terminou apresentando os oficiais da Base de Gravataí e outras testemunhas. Em certo trecho de sua conferência, o Coronel Adil afirmou, com todo o peso da sua autoridade:
—O problema é sério e merece ser tratado com seriedade. Quase todos os governos das grandes potências se interessam por ele e o tratam com seriedade e reserva, dado seu interesse militar.
Em janeiro de 1958 aconteceu o caso da Ilha da Trindade, que só foi levado a público em fins de fevereiro. Os detalhes e as quatro fotos tiradas de bordo do Almirante Saldanha provocaram nota oficial da armada, declarações positivas do então comandante da ilha, Capitão de Corveta, Carlos Alberto Bacellar, e um pedido de informações na Câmara dos Deputados, dirigido pelo Deputado Sérgio Magalhães ao Ministro da Marinha (que foi respondido em documento oficial). Era Presidente da República naquele tempo, o Sr. Jucelino Kubitchek, que se interessou pessoalmente pelo fato. E que, ainda no ano em curso, entrevistado por um repórter de TV, que lhe perguntou repentinamente se acreditava nos objetos aéreos não identificados, respondeu afirmativamente, desenvolvendo vários conceitos em torno do tema, com aquela grande capacidade de expressão que todos conhecemos.

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