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sexta-feira, 19 de junho de 2015

ÓVNI no ABC Paulista


A partir das 19h 30m do dia 22 de junho de 1974, moradores do ABC e dos bairros da zona sul de São Paulo começaram a ver uma estranha luminosidade no céu, fotografada por Kenji Honda, do jornal "O Estado de São Paulo" e descrita das maneiras mais controvertidas em diferentes locais. Clóvis Cranchi Sobrinho, um fotógrafo residente no Bom Pastor, bairro de Santo André, viu assim a luz estranha: "parecia um enorme balão, com o formato de charuto, que emitia uma luminosidade forte, mas constante, e de coloração alaranjada. Ela se movimentava mas desaparecia de vez em quando, acredito que por causa de algumas nuvens que a encobria". 
Essa descrição coincide com a da maioria das pessoas que viram o fenômeno. Mas há uma outra que se generalizou entre os moradores do bairro Eldorado, às margens da represa Billings, em Diadema, local de onde a luz pode ser vista com maior nitidez: 
"Havia duas luzes. Uma delas era vermelha, forte e a outra azul. A vermelha apagava-se de vez em quando e então a azul quase nem podia ser notada". 
O cabo Alimari, da Polícia Rodoviária, e mais dois colegas viram duas vezes o objeto quando passavam com a viatura pela estrada velha de Santos, por volta das 22 horas de quinta-feira, e na sexta-feira de manhã: "eram duas luzes fortes e brancas, como as de um helicóptero muito grande. Nossa viatura chegou a trocar sinais giroflexo com eles. Nós não chegamos a parar a viatura, nós apagamos e acendemos o giroflexo diversas vezes. Em todas elas o estranho aparelho respondeu, acendendo e apagando uma luz vermelha muito forte". 
Na Faculdade de Engenharia Industrial, em São Bernardo, alguns alunos viram a mesma luminosidade e acrescentaram uma outra característica ao fenômeno: "ouvimos um barulho mais ou menos forte, como o de um jato vindo bem alto. Olhamos então para o céu e vimos aquela luz alaranjada, misteriosa, mas muito bonita". 
A partir das 21 horas do dia 21 de junho de 1974, a luz pode ser vista de quase todos os pontos do ABC. Muitos tinham a impressão que caminhava em direção à Diadema. 
Para essa cidade se dirigiram vários carros, seguindo para a afastada localidade de Sete Praias, ao lado do bairro Eldorado, às margens da Represa Billings. Até as 2 horas da madrugada, carros do ABC, Santo Amaro e da Zona Sul de São Paulo eram vistos se dirigindo a Eldorado, com os ocupantes olhando o ponto luminoso no céu. Houve muita excitação e conversas sobre aparições de Discos Voadores e alguns jornalistas foram levados a procurar crateras no meio do mato seguindo indicações de que o "Disco Voador aterrissou aqui perto e chegou a abrir uma vala de 15 metros de diâmetro" o que não foi confirmado. 
Para os cientistas brasileiros que participaram do Simpósio Internacional de Pesquisas Espaciais, no Parque Anhembi, a luminosidade nada mais foi do que conseqüência de um fenômeno natural com infinitas explicações. Uma delas seria um dos balões meteorológicos que o aeroporto solta diversas vezes durante o dia, inclusive quase no mesmo horário em que foi visto o  "disco". Um dos que não acreditavam na história do "disco", um estudante da Fundação Santo André, deu a seguinte explicação científica para o fenômeno: "nuvens cristalizadas que funcionam como uma espécie de espelho, refletindo a luminosidade da chama da Petroquímica de Capuava". 
A versão é coincidente com a do Sargento Newton, da torre de congonhas, pois alguns aviões da FAB sobrevoaram o ABC e não localizaram nenhum aparelho estranho. O "espelho" explicaria também as respostas aos sinais luminosos emitidos pelos policiais rodoviários na estrada velha de Santos. Muitos 
não acreditaram nessa história "porque se nuvens se cristalizam, algum avião já teriam batido nelas e não sabemos de histórias desse tipo até hoje". 

(Jornal Correio Popular - junho 1974) 

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