Duas pessoas participaram de uma brincadeira de perguntas e respostas apenas lendo os pensamentos uma da outra. Isso graças a uma equipe de cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Esse foi o primeiro experimento que mostra como dois cérebros humanos podem estar conectados para permitir que uma pessoa adivinhe corretamente o que a outra está pensando.
Para isso, os acadêmicos selecionaram dois voluntários que foram colocados em prédios diferentes, a quase 1,5 km de distância um do outro.
O experimento funcionou da seguinte forma: um dos participantes foi definido como o que faria as perguntas (participante 1) e o outro, o que daria as respostas (participante 2). O primeiro ficou com uma bobina magnética em torno de sua cabeça, enquanto o segundo colocou um capacete de eletroencefalografia, que registrava a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos afixados no couro cabeludo.
A cada rodada, a imagem de um objeto aparecia na tela do participante que daria as respostas. Enquanto isso, o outro jogador recebia uma lista de possíveis objetos e fazia perguntas associadas a ele. Digamos que o participante 2 tenha visto a foto de um cachorro. O participante 1 mandaria então perguntas como “é um animal?”, ao que o respondedor diria sim ou não, olhando para uma das duas luzes LED do monitor.
O questionador recebia então um sinal pela internet que ativava a bobina magnética em sua cabeça. Só uma resposta positiva poderia estimular o córtex visual de forma que o participante em questão conseguisse ter um fosfeno, ou seja, a sensação de ver manchas luminosas, sabendo quando a resposta era correta ou não.
“Eles tiveram que interpretar algo que só tinham visto com seus cérebros. Enquanto as luzes estão sendo sinalizadas, as partes do cérebro estão fazendo várias outras coisas”, disse Chantel Prat, coautora do estudo. “Não é algo que já tenhamos visto antes.”
Os jogadores participaram de vinte rodadas, cada uma com oito objetos e três perguntas possíveis para resolver o jogo. Segundo os pesquisadores, a dupla de participantes conseguiu acertar as respostas em 72% das vezes.
A equipe tem trabalhado nesse experimento há anos e planeja, em um futuro próximo, conectar cérebros em estados diferentes — o de uma pessoa alerta com o de uma pessoa com dificuldade de atenção, por exemplo.
Via Science Daily
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