Pela primeira vez, astrônomos conseguiram registrar e analisar a agonia da morte de uma estrela. Usando o poder combinado dos quatro grandes telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, os cientistas puderam acompanhar a gigante vermelha IRAS 08544-4431 ejetando seu próprio material.
“Conseguimos uma imagem de nitidez impressionante, como se tivéssemos usado um telescópio de 150 metros de diâmetro”, explica Jacques Kluska, astrônomo da Universidade de Exeter e parte do time responsável pelo estudo. Para observar o astro, que está a aproximadamente quatro mil anos-luz de distância da Terra, a equipe precisou da força de quatro telescópios de alta capacidade. “O poder combinado dos telescópios era tão grande, que, apenas exemplificando, poderíamos determinar o formato e o tamanho de uma moeda vista a dois mil quilômetros”, disse Kluska.Conforme chegam ao fim de suas vidas, muitas estrelas passam a ser o que os astrônomos chamam de gigante vermelha, astros que “incham” e expelem suas camadas externas, gerando grandes e coloridas nuvens com seu próprio material.
Nas poucas análises feitas até o momento, os astrônomos concluíram que o disco gerado pela gigante vermelha é muito semelhante às nuvens que orbitam estrelas jovens. Ainda não se sabe se o disco da estrela moribunda poderá gerar novos planetas, mas a possibilidade é “intrigante”, destaca o estudo prévio da Universidade de Exeter.
“Estas observações abrem uma janela para o estudo da física dos discos, assim como a um melhor entendimento da evolução estelar. Pela primeira vez, as complexas interações entre estrelas de um sistema binário apertado e seu ambiente poeirento puderam ser analisadas a tanta distância”, acrescenta Hans Van Winckel, astrônomo que também integrou a equipe que observou a gigante vermelha IRAS 08544-4431
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